São Paulo – Os metalúrgicos do ABC aprovaram a realização de greve no próximo dia 19 contra a reforma da Previdência. A decisão foi tomada por unanimidade na noite de quarta-feira 7 em assembleia popular realizada em frente à sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), em São Bernardo do Campo, que também contou com a participação de parlamentares, movimentos sociais e outras categorias profissionais. A reportagem é da RBA.
O transporte público também vai parar no dia 19. Na mesma quarta-feira, motoristas de São Paulo e região metropolitana aprovaram adesão à mobilização nacional contra a reforma de Temer, que acaba com a aposentadoria dos trabalhadores brasileiros.
E os bancários também decidem sua adesão ao movimento, em assembleias nos locais de trabalho que começam nesta quinta-feira 8 e continuam nos dias 9, 14 e 15. “Os bancários já demonstraram, em outras consultas, a rejeição a essa proposta absurda do governo, que só retira direitos dos trabalhadores enquanto continua mantendo privilégios e liberando dinheiro público para perdoar dívidas até de bancos”, diz a secretária-geral do Sindicato, Neiva Ribeiro, convidando todos a participar da consulta e a se unir à luta.
Resistência – A decisão dos metalúrgicos, assim como a dos motoristas, é uma reação dos trabalhadores já que, mais cedo, representantes das centrais sindicais se reuniram com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para exigir que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, de "reforma" da Previdência Social fosse retirada da pauta de votações. Maia reconheceu que a base do governo enfrenta dificuldades para conseguir os votos necessários, mas reafirmou que deve tentar apreciar a proposta em Plenário a partir do dia 19.
"Resistiremos, unidos, à reforma trabalhista, ao processo de terceirização e ao projeto de reforma da Previdência", afirmou o presidente do sindicato, Wagner Santana, o Wagnão.
Para o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, o recado de Maia foi bem claro: quando o governo acreditar que detém os 308 votos que garantam a aprovação, vai colocar a PEC para votar.
"É greve dia 19. Se a gente não fizer luta em cada canto desse pais eles vão aprovar a reforma da previdência, que não só acaba com a aposentadoria, mas também desampara os trabalhadores e trabalhadoras nos casos de acidente de trabalho", destacou Nobre.
Ele afirmou ainda que o governo estaria ameaçando prefeitos, governadores e vereadores de tirar recursos federais de prefeitos, caso não exerçam pressão sobre os deputados em favor da reforma da Previdência.
O presidente dos metalúrgicos destacou que o que está por trás dessas medidas é a intenção do governo Temer de precarizar o mundo do trabalho e reduzir o acesso a direitos sociais – como saúde, educação e aposentadoria – para privilegiar o sistema financeiro, que é favorecido com bilhões em isenções fiscais.
"Querem nos convencer de que não há saída para o povo coletivamente e que cada um que se arranje. Mesmo sem ter trabalho decente, só trabalho precário, o trabalhador que se vire para dar uma vida digna àqueles que dependem dele", disse Wagnão.