São Paulo - O desmonte de direitos (veja abaixo) causado pela reforma trabalhista de Temer deve ter sua votação final, no plenário do Senado, na terça-feira 11. O pedido de urgência para a apreciação da matéria, prevista no PLC 38 proposto pelo governo Temer, banqueiros e empresários, foi aprovado na terça 4 por 46 votos a 19.
Diante da situação, a presidenta eleita do Sindicato, Ivone Silva, convoca os bancários a aumentar a pressão sobre os senadores enviando e-mails para alertá-los de que, se o texto passar, eles jamais serão reeleitos. Pressionar é fácil. Basta clicar aqui e seguir as intruções. Não leva mais do que alguns segundos.
> Com reforma trabalhista, dê adeus à incorporação de função
> Proteção menor ao emprego não cria vagas
Se for aprovado pelos senadores, o desmonte dependerá apenas da sanção de Temer para virar lei, uma vez que já foi aprovado pela Câmara dos Deputados.
Ordem do dia - O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), informou que o PLC 38 entrará na ordem do dia de quarta 5 para discussão. A oposição insistiu na suspensão do projeto, argumentando que o presidente Michel Temer está sendo denunciado pela Procuradoria-Geral da República. "Ele pode não ser presidente daqui a 15 dias. Estamos discutindo uma reforma trabalhista aceitando um acordo com esse presidente", disse o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), segundo matéria da Rede Brasil Atual. A bancada governista conseguiu manter o texto como aprovado na Câmara, para agilizar a tramitação, e afirma que Temer mandará medida provisória "corrigindo" alguns pontos.
> Metade dos empresários não acreditam em mais empregos
> Unicamp lança dossiê de contraponto à reforma trabalhista
Segundo Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), há uma "unanimidade" na Casa quanto à necessidade de promover mudanças no texto. "Não há uma alma neste Senado Federal, uma senadora, um senador, que tenha coragem de defender o projeto na íntegra", afirmou.
> Em nota, Bradesco defende reformas
> Dono do Itaú defende reforma trabalhista
Ela voltou a criticar o relator nas comissões de Assuntos Econômicos e de Assuntos Sociais, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que "simplesmente abriu mão de sua tarefa e passou a recomendar ao presidente da República que promovesse alguns vetos e editasse medidas provisórias". Segundo a senadora, na carta-compromisso encaminhada na semana passada Temer "apenas enrola".
> CNI divulga nota defendendo reformas
"Esse projeto não vai gerar um emprego a mais", disse Lindbergh. "Criamos 22 milhões de empregos com essa legislação [a atual]", acrescentou, afirmando que a oposição fará o possível para obstruir a votação. "Só a base do governo apresentou 85 emendas", lembrou Paulo Paim (PT-RS).