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SAC do BB não valoriza funcionários

Linha fina
Bancários cumpriram oito horas de trabalho no dia 30 de dezembro, quando as demais áreas do banco tiveram metade da jornada facultada
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São Paulo – A administração do Serviço de Apoio ao Cliente (SAC) do Banco do Brasil continua desvalorizando seus funcionários. Na sexta-feira 30, última do ano, o banco facultou a jornada de trabalho para apenas quatro horas, mas apesar de todas as áreas terem aderido à medida, os bancários do SAC tiveram que cumprir a jornada normal de oito horas.

“Essa determinação indignou os funcionários, que não entenderam por que estavam sendo prejudicados. Na reunião que os dirigentes sindicais tiveram com a administração, solicitamos que fosse estendido o benefício a todos os trabalhadores do SAC”, conta o dirigente sindical Getúlio Maciel, que, juntamente com os dirigentes sindicais William Mendes, Claudio Luiz e João Fukunaga, procuraram a área quando a decisão foi anunciada, mas sem sucesso. “Eles reafirmaram que funcionariam normalmente no dia 30.”

Por outro lado, na ocasião a administração comprometeu-se a dar as merecidas folgas aos trabalhadores do setor no feriado do dia 25 de janeiro, aniversário da cidade de São Paulo. “Eles nos garantiram que no feriado de 25 ninguém será chamado ao trabalho. Estamos atentos e vamos cobrar que cumpram o prometido”, ressalta Getúlio.

Falsas promessas – O dirigente acrescenta que as promessas do SAC nem sempre são mantidas. “Eles afirmaram que até 30 de novembro os funcionários já estariam instalados em um novo prédio, com melhores condições de trabalho. Na ocasião chegaram a dizer que aquilo não era uma ‘promessa’ mas sim ‘uma realidade’. Só que até agora os bancários continuam ocupando um local do Complexo Verbo Divino sem espaço suficiente e em mesas pequenas”, denuncia.

Em dezembro, após fiscalização da Gerência Regional do Trabalho e Emprego (GRTE), realizada em decorrência de denúncias do Sindicato, o banco assumiu um novo prazo, desta vez até final de março. “Esperamos que a palavra seja cumprida, até porque foi assumida junto a um órgão do Ministério do Trabalho”, diz Getúlio, acrescentando que o histórico de descompromisso vem desde a instalação do SAC, há pouco mais de um ano. “O SAC foi introduzido com a promessa de ter uma administração participativa, mas na prática são autoritários.”

Outro exemplo disso, afirma o dirigente, é a falta de clareza nas metas determinadas pela direção do setor. Em julho, a meta era de cinco processos por dia. Após a greve da categoria, que se encerrou em 17 de outubro, passou para sete processos por dia. Está em nove processos diários e há denúncias de que alguns gestores estão cobrando ainda mais. “Metas confusas e cada vez mais pesadas fomentam o assédio moral”, pondera o dirigente.

Em parte, acrescenta Getúlio, isso já vem acontecendo porque alguns gestores, por meio de anotações no sistema de avaliação do BB, o GDC (Gestão de Desempenho e Competência), têm cobrado e pressionado funcionários. “Também conversamos sobre isso com a administração do SAC e eles nos informaram que pediram aos gerentes de grupo para que fizessem as anotações com mais cuidado. Mas voltaremos a cobrar metas mais claras e não abusivas”, avisa.


Andréa Ponte Souza - 4/1/2012

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