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Reação a imposição do plano de comissões no BB

Linha fina
Entidade responde a decisão unilateral do Banco do Brasil por meio de medidas judiciais e plenária para mobilizar funcionários
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São Paulo - Com a imposição do novo plano de comissões, a direção do Banco do Brasil está tentando infligir uma grande derrota aos seus funcionários, mesmo após os avanços por eles conquistados na Campanha Nacional 2012.

Combate ao assédio moral; caixas executivos contemplados no plano de carreira; primeira promoção após 90 dias de trabalho; fim das restrições nas remoções dos bancários; manutenção da cláusula contra descomissionamento; mesa para discutir melhoria dos critérios para ascensão profissional; unificação dos atendentes da CABB; e garantia de que nenhum escriturário receberá PLR menor do que o piso da Fenaban são só algumas das conquistas alcançadas, além do aumento real no salários, vale alimentação e vale refeição e outros.

Mas se por um lado os funcionários avançaram, por outro estão sofrendo ataque na jornada de seis horas, já que a direção do Banco do Brasil, por meio do plano de comissões proposto unilateralmente, está se valendo de artifícios para burlar direito alcançado ainda na década de 30.

No novo plano, cerca de 22 mil funcionários terão de optar por manter os cargos de oito horas ou reduzir a jornada para seis horas. No entanto, além de ter imposto todo o planejamento, a direção da instituição também reduz salários de quem optar pela redução.

O novo plano altera também os cargos de oito horas, mudando nome de funções e atribuições e dando prazo de seis dias para que o funcionário aceite a nova função por meio da assinatura de um documento. Quem não aceitar corre o risco de ser descomissionado.

“O banco se comprometeu a fazer as modificações no plano de comissões já em setembro do ano passado, mas não fez negociações e impôs este plano de forma vergonhosa, obrigando alguns funcionários a assinarem um termo em um prazo de seis dias, sob pena de descomissionamento, o que não passa de uma coação”, afirma o diretor do Sindicato Ernesto Shuji Izumi.

O Sindicato está tomando medidas judiciais para suspender o prazo que a direção do BB deu aos seus funcionários para a assinatura do documento.

Ernesto salienta que todos os funcionários - excetos gerente geral, de divisão e outros equivalentes -, deveriam ter o direito de receber indenização dos últimos cinco anos, ganhando a sétima e a oitava horas como hora extra. "Só que a direção do banco afirma que não vai pagar, então o Sindicato vai entrar com ações para esses funcionários que não quiserem fazer a adesão para as seis horas".

"A luta na Justiça é importante, mas não é a solução definitiva para forçar o banco respeitar a jornada de seis horas prevista na CLT. É fundamental que os funcionários se unam e participem das atividades convocadas pelo Sindicato, como a plenária de quinta. Vamos dar visibilidade para o descontentamento dos funcionários por meio das propostas que discutiremos lá, na Quadra", ressalta Ernesto.

O Sindicato orienta para que os funcionários leiam todos os informes que a instituição divulgar; não tomem nenhuma decisão relativa à mudança de função e de jornada de trabalho antes da plenária; e, principalmente, compareçam à reunião, que ocorrerá nesta quinta-feira 31, na Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera, 192, Sé).

Dúvidas – Durante os últimos dias, dezenas de dúvidas referentes ao novo plano de comissões foram enviadas ao Sindicato. Abaixo respondemos as mais frequentes.

Por que o banco está exigindo a assinatura de um termo e deu prazo de seis dias para isso?
A assinatura desse termo é uma manobra para tentar neutralizar futuras ações judiciais de quem se submeter ao termo, sob uma possível alegação de que eles aceitaram trabalhar as oito horas. No entanto, a assinatura do documento está sendo feita baseada na ameaça do descomissionamento, e essa é uma prática questionável na Justiça.

O Sindicato assinou algum acordo com o banco para a redução de jornada?
Não. Os funcionários conquistaram um compromisso da direção para a realização de uma mudança no plano de comissões e o Sindicato reivindicou que essa questão fosse negociada. No entanto, ela impôs as novas medidas. Por essa razão é fundamental participar da plenária para discutir o plano de cargos e salários, além de mobilizações e outras formas de pressionar a instituição.

O Sindicato de São Paulo, Osasco e região vai implementar a CCV?
O Sindicato vai realizar plenária para decidir essa questão.

"Todos os dias nós estaremos esclarecendo mais dúvidas referentes ao novo plano comissões do Banco do Brasil", completa Ernesto. Mande suas perguntas para o Sindicato no Fale Conosco (setor: site) ou direto pelo [email protected] e, principalmente, compareça à plenária de quinta-feira 31, às 19h, na Quadra (Rua Tabatinguera, 192, Sé).


Rodolfo Wrolli - 30/1/2013

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