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Catracas na Cidade de Deus complicam rotina

Linha fina
Trabalhadores da maior concentração do Bradesco enfrentam filas na entrada, horário do almoço e saída da matriz do banco. Sindicato cobra instalação de mais equipamentos para resolver problema
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São Paulo – O movimento de funcionários da Cidade de Deus, concentração onde funciona a matriz do Bradesco, é frenético. São muitas entradas, muitos funcionários, diversidade de turnos e de departamentos. É necessária muita organização para o bom funcionamento de todas as áreas. Exatamente o que não está acontecendo desde segunda-feira 13, quando o banco ativou a catraca de uma das portarias no centro administrativo. Para entrar, é necessário passar o crachá.

O maior empecilho é a quantidade insuficiente de catracas.  No portão do “cachorro quente” foram instaladas apenas duas. “Cerca de 2.500 pessoas entram no complexo por essa portaria entre 6h30 e 9h. É um fluxo enorme para poucos equipamentos. A fila é quilométrica, as pessoas se atrasam, sofrem com o calor e a chuva, e já chegam irritadas ao local de trabalho. É uma tremenda falta de organização do Bradesco”, ressalta a diretora do Sindicato Sandra Regina.

O horário de pico é entre 7h e 8h. Segundo a dirigente sindical, para conseguir cumprir o horário, as pessoas terão de sair mais cedo ainda de casa. Na hora do almoço, o transtorno continua. E no fim do expediente, o pesadelo se repente. “Na segunda-feira, primeiro dia da nova rotina, o segurança precisou desativar as catracas para que as pessoas conseguissem ir embora”, relata a dirigente.

Ao ser cobrado pelo Sindicato, o banco comunicou que o projeto é piloto e que avaliará o que precisa ser modificado. “Já comunicamos que do jeito que está não funciona. Gera caos, um transtorno desnecessário para os funcionários. O departamento responsável pela área deveria ter verificado o fluxo de trabalhadores em cada entrada com antecedência. Reivindicamos a instalação de, no mínimo, cinco catracas em cada uma dessas passagens para conter tamanha movimentação.”

Na entrada do “cachorro-quente” os trabalhadores com deficiência enfrentam mais transtorno: a falta de acessibilidade. Ao invés de rampa, uma escada é o acesso para essas pessoas.  “A reivindicação da rampa de acesso é antiga. Reforçamos mais uma vez para o banco a urgência de resolver esse problema.”

Insegurança – Em conversa com representantes do Bradesco, a dirigente foi informada que as mudanças visam segurança para a instituição financeira. “O banco está jogando dinheiro fora. Uma mudança como essa exige planejamento. Agora será necessária a instalação de novas catracas. O que exigimos é segurança para o trabalhador, que está exposto enquanto espera na fila para entrar no local de trabalho”, destaca Sandra.

A diretora do Sindicato relata que diversas denúncias de bancários foram feitas sobre arrastões em frente à Cidade de Deus. “Do outro lado da avenida os funcionários pegam transporte para ir almoçar em shoppings, por conta das poucas opções de restaurantes nas proximidades. E assaltos estão acontecendo nesse lugar. O banco deve entrar em contato com a Polícia Militar e solicitar rondas na região para garantir, além da segurança do Bradesco, a integridade de seus trabalhadores”, finaliza a dirigente.

Cancelas para os carros – Futuramente, os bancários que vão para o trabalho de carro terão de passar seus crachás nas cancelas. O Sindicato já questionou o banco sobre a organização da mudança. Para Sandra, o novo acesso poderá piorar ainda mais a situação já caótica do trânsito de Osasco. O Bradesco vai averiguar os horários de pico dos carros e comunicou ao Sindicato que irá liberar a entrada nos horários de pico. “Então, para que instalar cancelas? Qual o motivo do investimento se o acesso será liberado?”, questiona Sandra Regina.

Enquanto os bancários reclamam do transtorno, o Sindicato aguarda solução do banco para todas essas questões.


Gisele Coutinho – 14/1/2014



 

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