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Ato contra impunidade após cratera de Pinheiros

Linha fina
Metroviários protestaram no aniversário de 10 anos do desmoronamento na obra; em 2016, a Justiça de São Paulo inocentou os 12 engenheiros e funcionários do Metrô e das empreiteiras apontados como responsáveis
Imagem Destaque
Rede Brasil Atual
13/1/2017


São Paulo – Nos 10 anos da cratera da obra do metrô em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, na quinta-feira 12, os metroviários protestaram para lembrar das vítimas e denunciar a impunidade. O desabamento resultou na morte de sete pessoas e na destruição de dezenas de casas, em janeiro de 2007. Eles consideram o caso um crime, pois os trabalhadores haviam alertado sobre a possibilidade de haver algum acidente na obra, mas foram ignorados.

Os 12 engenheiros e funcionários do Metrô e das empreiteiras apontados como responsáveis foram inocentados, em primeira e segunda instância, senda a última decisão proferida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), em outubro do ano passado.

"Até hoje, a impunidade é que campeia. A importância desse ato é para lembrar que, aqui no Brasil, só é punido pobre e trabalhador, aqueles não conseguem nem se defender porque não têm advogados", disse Wagner Pereira, coordenador do Sindicato dos Metroviários, em entrevista ao repórter Jô Miyagui, para o Seu Jornal, da TVT.

> Assista à reportagem da TVT 

Até hoje muitas residências sofrem com os efeitos das obras, e os moradores não foram indenizados. Uma moradora do bairro conta que, com a obra, apareceram rachaduras em sua casa, que foram piorando a cada explosão que era realizada para abrir o túnel do metrô. "Procuramos o Metrô, que encaminhou a gente para conversar com o pessoal da Linha 4. Dois engenheiros estiveram em casa, não assumiram a responsabilidade, e os danos da casa foram piorando."

Desde a sua construção, a Linha 4-amarela foi privatizada. O modelo de gestão, segundo o sindicalista Alex Fernandes, guarda relação com a tragédia. "A privatização tem tudo a ver com esse buraco de Pinheiros e com as vítimas que foram ceifadas no dia 12 de janeiro de 2007. Na ganância e ansiedade de construir logo, para poder lucrar com o dinheiro dos trabalhadores, correram com as obras, não permitiram a fiscalização do estado, e isso causou aquela cratera que matou sete pessoas."
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