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AVIAÇÃO

Cade aprova venda da Embraer para a Boeing sem restrições

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Segundo a decisão, as empresas não disputam o mesmo mercado, e portanto a compra da brasileira pela norte-americana não produz efeitos na concorrência
Imagem Destaque
DIVULGAÇÃO/EMBRAER

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou na segunda-feira 27, sem restrições, a venda do controle da divisão de aviação comercial da Embraer para a gigante norte-americana Boeing, em decisão assinada pelo superintendente-geral do órgão, Alexandre Cordeiro Macedo. A aprovação sem restrições significa que o negócio não precisa ser submetido ao plenário do Cade. Segundo a decisão, como as empresas não disputam o mesmo mercado, a compra de Embraer pela Boeing não produz efeitos na concorrência.

A operação – anunciada em julho de 2018 e avaliada em US$ 4,2 bilhões – prevê dois tipos de transação, informa o Cade em sua página da internet. Uma delas é a aquisição, pela Boeing, de 80% do capital do negócio de aviação comercial da Embraer, “que engloba a produção de aeronaves regionais e comerciais de grande porte (operação comercial)”.

“A segunda trata da criação de uma joint venture entre Boeing e Embraer voltada para a produção da aeronave de transporte militar KC-390, com participações de 49% e 51%, respectivamente (operação de defesa).”

De acordo com a autarquia, a operação resultará em benefícios para a Embraer, em decorrência da compra da companhia brasileira pela norte-americana. Porém, o negócio é considerado uma afronta à soberania nacional.

No dia 1º de janeiro, cerca de dez mil trabalhadores tiveram seus contratos transferidos para a Yaborã, criada como empresa de transição até que a venda se concretize.  “A licença é mais uma notícia que deixa os trabalhadores apreensivos”, afirmou Hebert Claros, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.

“Em toda essa questão da transação entre a Embraer e a Boeing, desde o começo a empresa não foi transparente em relação a isso. E não tem sido transparente em relação às garantias de empregos e direitos”, acrescentou. Com a criação da Yaborã, a Embraer deixa de fabricar aviões em São José dos Campos. Sua atividade, agora, concentra-se em desenvolvimento de projetos.

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