Pular para o conteúdo principal

Santander pisa na bola e suspende auxílio-academia

Linha fina
Medida unilateral e sem qualquer aviso prévio afeta os funcionários que ganham mais de R$ 3.000
Imagem Destaque

São Paulo – A direção do banco Santander cometeu um dos maiores absurdos contra os trabalhadores brasileiros, principalmente os lotados na rede de agências, ao cortar de forma unilateral e sem qualquer aviso prévio o pagamento do auxílio-academia aos trabalhadores que ganham mais de RS 3.000.

A suspensão do pagamento começou a partir do dia 1º de fevereiro, mas como o valor de R$ 60 era pago a todos os funcionários matriculados em academia e muitos já haviam se comprometido com contratos semestrais ou anuais, estes trabalhadores estão se sentido mais que traídos."Não se muda a regra do jogo no meio do campeonato. Além disso, que economia o corte de R$ 60 aos trabalhadores pode representar a uma empresa que acabou de fechar o ano com um lucro de R$ 7,8 bilhões? Isso é vergonhoso, aviltante e discriminatório, pois o Santander não pratica essa política nos demais países da América Latina, muito menos na Espanha”, critica a diretora executiva do Sindicato, Rita Berlofa.

A medida afeta mais pesadamente os funcionários lotados na rede de agências. Isso ocorre porque os custos da academia dos trabalhadores dos Casas 1 e 3 (que variam de R$ 70 a R$ 85) não serão alterados, pois a verba de R$ 60 continuará embutida nos valores cobrados. Na Torre, o custo atual da academia é R$ 135 e caía para R$ 70 com o uso do auxílio-academia. Com a retirada do valor para quem ganha acima de R$ 3.000, estes bancários passarão a desembolsar integralmente os R$ 135.
 
Para quem trabalha nas agências e têm de se matricular em redes de academias espalhadas pela cidade o custo é muito mais elevado. Quando se compara, por exemplo, o preço das academias de um mesmo grupo que presta serviço na Torre e na região central, a diferença é absurda. Enquanto na concentração o valor é R$ 135, no centro da capital esse mesmo grupo cobra R$ 400 por um mês  – a anuidade fica em doze parcelas de R$ 239. Em outras regiões da cidade os valores pagos por quem trabalha na rede chegam a dobrar ou a triplicar.

 

Custo de academia após medida do Santander
 
Mensal
Trimestral
Semestral
Anual
Casas 1 e 3
R$ 85
R$ 80
R$ 70
----
Academia Centro
R$ 400
----
6 x R$ 279
12 x R$ 239
Torre
R$ 135


“O Santander conseguiu transformar uma iniciativa tão boa em um verdadeiro transtorno. Queremos que todos os funcionários tenham direito a frequentar uma academia, pois se trata de prevenção à saúde. É inconcebível que os empregados da rede, que já enfrentam o assédio moral, a precariedade das condições de trabalho, a falta de pessoal para atender melhor ao cliente, ainda sejam tratados dessa forma”, critica Rita Berlofa, que já entrou em contato com o banco não apenas para que volte o pagamento do auxílio-academia para todos, independentemente de sua faixa salarial, mas também para que o valor pago, congelado desde 2009, seja reajustado. 

Bônus bilionários – Se de um lado o banco espanhol trata os funcionários brasileiros com descaso, de outro demonstra uma generosidade ímpar a seu alto escalão. “Enquanto o Santander retira o auxílio-academia dos bancários e demite funcionários brasileiros, na Espanha paga 60 milhões de euros (cerca de 136 milhões de reais) a um alto executivo. Não é assim que a empresa tem de tratar os trabalhadores que mais contribuem para o lucro mundial do grupo. O Santander tem de respeitar o Brasil e os brasileiros”, critica Rita.


Jair Rosa - 3/2/2012

 

seja socio