São Paulo – Um dos maiores avanços dos funcionários comissionados do Banco do Brasil foi obtido na Campanha Nacional Unificada 2010, quando foi conquistada cláusula, no acordo coletivo aditivo, que estabelece a necessidade de três avaliações negativas consecutivas para que o funcionário perca função.
“Esse mecanismo possibilitou ao trabalhador proteção maior contra perseguições, pois até então o descomissionamento ocorria a critério exclusivo do gestor”, destaca o diretor executivo do Sindicato Ernesto Izumi.
O dirigente afirma, no entanto, que a empresa investe sucessivamente para que o direito deixe de existir, chegando a ameaçar não renovar a cláusula das três avaliações na campanha 2012. “A empresa só renovou a cláusula por conta da greve que os funcionários fizeram em todo o país”, relata. “Como não conseguiu mudar nada, recentemente fez alteração no sistema, reduzindo de seis meses para três meses as avaliações dos funcionários.”
Na prática, o período para que um empregado perca a função caiu de um ano e meio para nove meses. “Isso recoloca o bancário à mercê da empresa no que se refere a perseguições, pois ele não terá tempo de se recuperar de período ruim ou mesmo para se qualificar e melhorar seu desempenho. É um retrocesso que não admitimos”, afirma Izumi. “A gestão do presidente do BB, Aldemir Bendine, do vice-presidente, Robson Rocha, e dos diretores, Carlos Neto e Carlos Nery, tem atacado direitos conquistados pelos bancários na luta. Muitas vezes munidos de artimanhas, como ocorreu na implantação do novo plano de funções, sem sequer negociar com o Sindicato. A mudança no sistema, reduzindo o período avaliatório, preocupa e cobramos que o BB reveja essa medida. Caso contrário, intensificaremos as manifestações, pois não aceitamos que os funcionários sejam prejudicados.”
Redação - 15/2/2013
