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Bradesco: Sindicato cobra mais mulheres na direção

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A ascensão de 17 homens e apenas três mulheres para cargos executivos no banco reforça necessidade de aprofundar discussão sobre igualdade de oportunidades no setor
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São Paulo – O Bradesco anunciou no começo do mês uma série de mudanças em sua diretoria com a promoção de 20 executivos.  No entanto, deste total apenas três cargos serão ocupados por mulheres. Segundo o presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, as alterações visam o fortalecimento da administração, num cenário de “contínuos e renovados desafios”.

A diretora executiva do Sindicato Neiva Ribeiro enxerga a nova composição de forma distinta. “Isso exemplifica o que o movimento sindical vem questionando dos bancos nos debates sobre igualdade de oportunidade e que agora ficou ainda mais evidente: os homens ainda são a absoluta maioria nos altos cargos de diretoria, de melhor remuneração”, critica. “Será que não há mais mulheres competentes dentro do banco para ocupar esses cargos?”, questiona a dirigente.

Os obstáculos em relação às promoções de mulheres tornam-se ainda mais injustificáveis se forem considerados os números do Censo da Diversidade. Realizado pela Fenaban e respondida por 187.411 bancários no ano passado, a pesquisa que traça um perfil dos trabalhadores bancários revelou que as mulheres são maioria no setor: 51,7% do total, contra 48,3% dos homens.

O Censo também aponta que as mulheres se preocupam mais com a formação acadêmica do que os homens. Em 2008, 71,2% das bancárias tinham curso superior completo ou acima. Em 2014 este percentual passou a 82,5%. Para os bancários os percentuais foram de 64,4% para 76,9%, respectivamente.

Essa dedicação, no entanto, não se traduz em reconhecimento profissional. O mesmo censo revelou que as bancárias ganham em média 22% menos do que os homens.

80 anos – Sindicato e bancos reúnem-se permanentemente para discutir políticas de promoção da diversidade e monitoramento do Programa de Valorização da Diversidade desenvolvido pela Fenaban.

“Apesar de alguns esforços, os avanços são tímidos. Segundo estudos do Dieese, as mulheres levarão mais de 80 anos para alcançar o salário médio dos homens se continuarmos evoluindo no ritmo atual. Precisamos acelerar este processo. Promover mais mulheres para os altos cargos tem que ser parte deste movimento”, completa Neiva.


Rodolfo Wrolli – 25/2/2015

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