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Alô bancário: barba, se não é proibida, pode!

Linha fina
Não existe, no código de ética do Bradesco, qualquer proibição; em caso de discriminação por parte de gestores, trabalhador deve denunciar ao Sindicato
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São Paulo – O empregador pode interferir em questões ligadas à identidade do funcionário? Pode proibir, por exemplo, que use barba? O Sindicato entende que não e cobra dos bancos que respeitem a individualidade de cada trabalhador. Entretanto, uma das instituições com mais denúncias de discriminação contra bancários pelo uso de barba é o Bradesco.

“Quando questionamos o banco sobre esta questão, informam que não existe proibição, que os bancários não usam barba por uma ‘questão cultural’. Porém, através de denúncias e da proximidade dos dirigentes com os trabalhadores, percebemos que, se existe a alegada ‘questão cultural’, os bancários estão dispostos a mudá-la”, afirma a diretora executiva do Sindicato e funcionária do Bradesco Neiva Ribeiro.

Em 2010, o Bradesco foi condenado pela Justiça do Trabalho a pagar indenização de R$ 100 mil, destinada ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), por discriminação estética a seus funcionários que usavam barba. Mesmo assim, no ano passado, um bancário foi demitido da instituição exatamente por este motivo. Porém, o banco alega que esta  não foi a motivação para o corte.

> Bancário é demitido por usar barba no Bradesco

“De fato, não existe no código de ética do Bradesco, e em outro normativo, a proibição ao uso de barba. Portanto, é dever do banco orientar seus gestores para que não levem em conta questões estéticas no tratamento e avaliações dos funcionários e respeitem a forma de cada um se expressar. No caso do bancário, o uso de barba em nada interfere na segurança do ambiente de trabalho e em questões relacionadas com a saúde pública, como acontece em outras profissões, e muito menos no seu desempenho profissional”, acrescenta Neiva.

"Que fique claro. O bancário do Bradesco que deseja utilizar barba possui toda liberdade para isso e não pode ser discriminado. Propomos um desafio: fique uma semana sem se barbear, se assim desejar, e você não poderá ser ameaçado ou punido de forma alguma por esse motivo. Se isso acontecer, procure imediatamente o Sindicato para fazer uma denúncia. O discurso do banco não pode ser diferente da prática”, conclui a dirigente sindical.

O bancário pode fazer a denúncia ao Sindicato através do canal de combate ao assédio moral (clique aqui), pelo Fale Conosco (clique aqui e escolha o setor “site”) e também por meio da Central de Atendimento, no 3188-5200. O sigilo é garantido.


Felipe Rousselet – 15/2/2016
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