O juiz responsável pelo processo de recuperação judicial da Editora Abril, Paulo Furtado de Oliveira Filho, acatou recentemente ações coletivas e petições apresentadas pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP) que tratam de maiores prazos e averiguações sobre os valores devidos pelo grupo Abril aos trabalhadores.
A reportagem é da Rede Brasil Atual.
Desde a demissão em massa, em agosto do ano passado, em que cerca de 800 funcionários e 200 freelancers foram dispensados de uma única vez, centenas trabalhadores se queixam de irregulares nos cálculos apresentados pela Abril na lista de credores.
Nesta semana, a Editora Abril conseguiu concluir a venda de R$ 1,2 bilhões, de uma dívida total de R$ 1,6 bilhões, que estava em poder de bancos como Itaú, Bradesco e Santander, para a empresa Enforce, controlada pelo BTG Pactual, podendo assim dar sequência ao processo de recuperação judicial, afastando a ameaça de falência.
Com o aval do magistrado, trabalhadores de todas categorias que discordam dos cálculos da editora, mas não se manifestaram judicialmente, têm até o dia 6 de março para entrar em contato por e-mail com a Deloitte, empresa que administra a recuperação judicial. No caso dos que já sinalizaram as divergências, a administradora terá 10 dias, ao final desse processo, para publicar uma lista suplementar.
Ainda de acordo com informações da entidade, também foram apresentadas duas petições à Deloitte, uma para pedir a saída dos trabalhadores que estão até hoje na Editora Abril da lista de credores, e outra para que seja feita a mediação entre as partes sobre os valores devidos, evitando assim que as divergências fossem judicializadas. A administradora tem até o dia 27 de fevereiro para se manifestar.
Em uma ação coletiva com os Sindicatos dos Gráficos e dos Administradores, o SJSP também manifestou a necessidade do reconhecimento do pagamento da multa por atraso nas verbas rescisórias que, segundo o sindicato, desde a dispensa em agosto, ainda não foi paga aos profissionais que foram demitidos 10 dias antes do pedido de recuperação judicial movido pelo grupo Abril.