A Caixa anunciou que não vai mais patrocinar o Belas Artes, na capital paulista, um dos mais famosos cinemas de rua do país. Para Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa, o desinvestimento é mais uma das medidas que tem como objetivo desmontar o banco.
A reportagem é da Rede Brasil Atual.
"Isso mostra a ideia de minar a imagem da Caixa. O Belas Artes é um marco da cidade. Hoje a Caixa é um dos principais bancos do Brasil, e isso se dá por esses investimentos em marketing. Quando a gestão atual fala em desestatização, quer fazer um desmonte do banco e prepará-lo para a privatização", afirmou à Rádio Brasil Atual.
A partir da próxima quinta -feira 28, o Caixa Belas Artes voltará a ser apenas Belas Artes. O dono do espaço e ex-secretário de Cultura de São Paulo, André Sturm, anunciou que o espaço pode ser fechado em dois meses caso não encontre novos patrocinadores.
Em nota enviada ao jornal Folha de S. Paulo, a Caixa diz que "os contratos de patrocínio estão sob análise" e que "demandas relativas aos projetos culturais e seus desdobramentos são tratadas diretamente com os proponentes ou patrocinados". Esse pode ser o primeiro grande corte do banco estatal sob a gestão Jair Bolsonaro.
Situado na esquina da avenida Paulista com a rua da Consolação, o Belas Artes possui uma curadoria diversificada, comparada com as opções apresentadas pelas grandes redes que dominam os shopping centers.
Dionísio também critica a gestão de Pedro Guimarães na presidência da Caixa Econômica. Segundo ele, o presidente do banco não possui experiência em gestão pública e nem critérios para ascensão profissional e perda de funções.
Além disso, Guimarães possui uma visão privatista, pois é sócio do banco de investimentos Brasil Plural e especialista em processos de privatizações. "Ter um banqueiro à frente de um banco público fragiliza o desenvolvimento do país. A visão que ele tem é privatista, com histórico na equipe de privatização do Banespa", acrescenta.
Ouça a entrevista ao Jornal Brasil Atual