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Dieese lança curso Ciências do Trabalho

Linha fina
Recuperar o entendimento sobre o trabalho e a importância dele para a sociedade é o principal objetivo
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São Paulo – Foi dado o passo inicial para a formação da primeira turma da Escola Dieese. Começou nesta quarta-feira 22 o processo seletivo para o curso de Ciências do Trabalho organizado pelo Departamento Intersindical de Estatística de Estudos Socioeconômicos. O instituto recebeu a autorização do Ministério da Educação no final de outubro do ano passado e as aulas serão iniciadas em agosto, para 40 alunos. O bacharelado, cujas inscrições se encerram em 22 de maio, terá duração de três anos.

A diretora executiva do Sindicato e do Dieese, Ana Tércia Sanches (de pé, na foto), ressaltou, durante o evento de lançamento, que não existe no Brasil nada desse tipo. “O Dieese é sempre referência, também do ponto de vista da formação. Acredito que a escola vai ter muita qualidade”, afirmou a dirigente, defendendo a importância de se posicionar diante da disputa capital x trabalho.

O coordenador de Educação do Dieese, Nelson Karam, foi anunciado como diretor técnico da escola, e destaca a inovação da iniciativa. “Hoje, não existe um campo de conhecimento denominado Ciências do Trabalho. Muitas universidades já abordam a questão do trabalho, mas limitado a determinado campo”, disse.

História – O diretor-técnico do Dieese Clemente Ganz Lúcio lembrou que o instituto surgiu pela iniciativa de um conjunto de dirigentes sindicais de São Paulo que articulava uma  mobilização forte que se consolidou na greve dos 300 mil (em referência à greve geral de 1957). “Havia desconfiança com o índice de inflação. A prefeitura (de São Paulo) calculou em 12%, quando a primeira medição do Dieese foi de 30%”, relatou. “Na origem, já havia essa ideia da escola, que agora retomamos.”

Curso – Alguns temas básicos na grade curricular do curso Ciências do Trabalho serão: Economia Política, Sociologia Política e História Social. Mas, segundo o Dieese, parte da grade será montada a partir dos interesses manifestados pelos trabalhadores. “A ideia foi procurar resgatar a visão do trabalho dentro de uma perspectiva de classe, do ponto de vista do trabalhador. É uma escola que também está aberta para aprender (com as experiências dos trabalhadores que a frequentarão)”, explica Karam. “Hoje não há diretrizes curriculares sobre Ciências do Trabalho. Um terço dessas 2.400 horas está voltado para projeto de pesquisa. Com orientação, mas fora da sala de aula. Não é um espaço meramente de produção acadêmica”.

O processo seletivo terá duas fases. A primeira, em 3 de junho, consiste de prova de conhecimentos gerais com questões de múltipla escolha, mais uma redação. Os resultados saem em 11 de julho. Na segunda fase, de 18 a 24 de junho, uma entrevista, tendo como objeto o currículo do candidato, e uma arguição baseada na redação. Resultados em 2 de julho.

Clique aqui para mais informações e inscrições.


Redação, com informações da Rede Brasil Atual

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