São Paulo – Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo, revelou que os bancos empurram pacotes mais caros para os clientes, além do que sugere o perfil de cada um.
A conclusão foi feita a partir da ação de seis pesquisadores do instituto que se deslocaram a agências dos maiores bancos do país – Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa Federal, HSBC e Santander – com o objetivo de abrir uma conta. Todos seguiram com a orientação de descrever para o funcionário um perfil que estivesse de acordo com o pacote de valores mais baixos de cada instituição.
“Repetimos uma pesquisa que já havíamos feito em 2008, logo após o Banco Central implementar a nova regulamentação para o tema, e a conclusão é que não houve melhora de lá pra cá”, afirmou a gerente jurídica do Idec, Maria Elisa Novais para o jornal. Ela observa que mesmo os bancos que acabaram oferecendo o custo-benefício adequado para o consumidor, relutaram em fazê-lo. “Em geral, os bancos não dão a melhor opção ao consumidor”, completa.
Foram enquadradas nesta situação o Itaú e a Caixa Federal. O pesquisador do Idec teve de insistir para adquirir o pacote com seu perfil nestas duas instituições.
O Bradesco e o Banco do Brasil agiram corretamente e ofereceram pacotes com valores abaixo do perfil relatado pelos pesquisadores.
O Santander, segundo o Idec, foi o que teve a situação mais grave. O banco não deixou o pesquisador contratar o serviço de acordo com seu perfil, argumentando que a renda era muito alta. O informado pela instituição não consta na regulamentação do Banco Central.
O banco espanhol divulgou nota alegando ser “uma situação pontual e que não condiz com a realidade e justificou ainda que preza pela qualidade de seus serviços e produtos, respeita o consumidor, além de desenvolver permanentemente programa de comunicação e treinamento dos seus colaboradores em relação às práticas consumeiristas”.
No HSBC, a desculpa foi que o enquadramento dos valores do pacote foi feito diretamente pelo sistema. O plano 53% mais caro segundo o banco seria alterado posteriormente, o que não aconteceu segundo o Idec. Também em nota, o banco inglês justifica que pode ter ocorrido “eventual falha e diz que tem a prática de orientar seus gerentes a apresentar ao cliente a relação de pacotes de serviços disponíveis inclusive os livres de qualquer tarifa”.
Campanha – Sindicato e Idec lançam no Dia Internacional do Consumidor (15 de março) campanha em que cobram dos bancos compromisso pela venda responsável de produtos e serviços financeiros.
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Carlos Fernandes, com informações do O Estado de S. Paulo - 12/3/2012
