São Paulo – Uma dos maiores reivindicações dos empregados da Caixa Federal é que a empresa respeite a jornada de trabalho. Um problema que pode começar a ser revolvido a partir da segunda 26, quando será disponibilizado login único, a cada empregado, para acessar os sistemas corporativos do banco.
A implementação, que era exigida pelos dirigentes sindicais, foi confirmada pelos representantes da Caixa Federal durante negociação na quarta-feira 21, em Brasília.
De acordo com a dirigente sindical Jackeline Machado, o sistema impedirá que dois equipamentos sejam habilitados simultaneamente por um mesmo empregado. “Há situações recorrentes, nas quais o gestor usa a senha pessoal para disponibilizar um segundo terminal para que o empregado continue trabalhando após sua jornada normal. É como se ele não estivesse mais na agência, mas na prática prossegue produzindo de graça e sendo explorado. Agora isso não será mais possível, pois cada bancário só poderá habilitar um equipamento”, explica a dirigente sindical, destacando que o sistema também funciona com um relógio que registra a jornada normal do trabalhador e, caso um equipamento volte a ser habilitado após o registro de saída do empregado, cinco minutos depois o sistema cairá automaticamente. “Esses dispositivos coíbem a extrapolação da jornada e o trabalho gratuito. São medidas contra fraudes. Mas temos clareza de que também tem de haver mudança de cultura e uma reação por parte dos empregados para não aceitarem mais essas situações.”
Embora o banco tenha assumido compromisso de corrigir qualquer irregularidade que for identificada no relógio do Sipon, os representantes da empresa se negaram a extinguir o registro de horas negativas e o bloqueio de acesso motivado pela falta de homologação do gestor ou hora extra não acordada.
Nos dias 3 e 4 de abril acontece reunião do GT Sipon, quando as novas ferramentas de proteção à jornada serão avaliadas.
PSI – Durante a reunião, a Caixa apresentou as premissas do Processo Seletivo Interno (PSI) que seguem quatro modelos: específico, simplificado, banco de oportunidades e banco de sucessão.
“Deixamos claro que o PSI atual tem provocado situações recorrentes de gestores que discriminam empregados, sobretudo os mais antigos, além de estimular disputa entre gerações, numa espécie de processos seletivos direcionados. Uma situação que tem de mudar”, diz Jackeline, acrescentando que o banco concordou em aprofundar os debates.
Compensadores – O movimento sindical voltou a reivindicar que todos os empregados que trabalhavam na extinta área de compensação de cheques passem a ter o direito à incorporação do adicional noturno. A proposta da empresa é de que o direito seja usufruído apenas por aqueles com, no mínimo, dez anos no exercício da função. A Caixa anunciou que, para ela, esse assunto está encerrado. Disse, por outro lado, que está facilitando o remanejamento desses empregados para funções semelhantes em unidades de ponta.
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