Pular para o conteúdo principal

Direção do BB desconta salário de manifestantes

Linha fina
Funcionários que aderiram à paralisação de 24 horas do dia 7 não terão falta abonada; para Sindicato, medida é forma de intimidação ao bancário
Imagem Destaque

São Paulo – Os funcionários que exerceram seu direito de manifestação, no dia 7, aderindo à paralisação de 24 horas aprovada em assembleia, tiveram uma surpresa nada boa. A direção registou aquele dia como falta não abonada não autorizada – código 308 –  no sistema do banco.

O diretor executivo do Sindicato Ernesto Izumi ressalta que a medida tem preocupado os trabalhadores, pois além de acarretar desconto do dia, terá outros reflexos na remuneração, como PLR, vale-alimentação, vale-refeição e demais direitos.

“A medida é uma forma de intimidar o funcionário, indignado com o plano de funções que reduziu o salário e as verbas de comissionamento, com risco das mesmas não serem futuramente reajustadas e desaparecerem nas remoções”, acrescenta Ernesto.

Denúncias antissindicais – O Ministério Público e a Contraf-CUT fizeram denúncia contra a direção do Banco do Brasil por práticas antissindicais observadas durante a mesma paralisação de 24 horas. O Sindicato vai cobrar, através da Comissão de Empresa dos Funcionários, que a direção do BB reclassifique a falta e que o débito do dia não ocorra.

Ernesto esclarece que mesmo nas greves da década de 80 e 90 o banco, em um primeiro momento, registrava a falta não abonada para depois reclassificá-la após pressão e negociação. "O que garante a reclassificação é a correlação de forças entre trabalhadores e empresa. A legislação garante o direito de greve, mas não prevê tratamento do dia parado, que precisa ser negociado”, explica.

“A indignação dos colegas levou à paralisação deliberada em assembleia, que demonstrou ao banco a necessidade de negociar o plano de funções. Os funcionários protestaram por direito justo, mesmo com o risco inerente a qualquer greve. Risco que pode ser reduzido com a continuidade da luta, como em anos anteriores. Mas até agora não há resposta da empresa", completa o diretor executivo.


Rodolfo Wrolli - 14/3/2013

seja socio