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Funcionários do BB em nova manifestação

Linha fina
Dia Nacional de Luta dá sequência à mobilização contra a imposição do plano de funções
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São Paulo - A reação dos funcionários contra o plano de funções imposto pela direção do Banco do Brasil continua e a quarta 20 será um Dia Nacional de Luta. Estão programadas ações em agências de todo o país.

A manifestação, bem como as paralisações de 1 hora e de 24 horas, integra calendário de mobilização do Comando Nacional dos Bancários. Os funcionários cobram abertura de negociação sobre o plano de funções, que causa descontentamento em praticamente todos os setores do banco. Ambas contaram mais de mil trabalhadores em cada, num claro recado de insatisfação com o plano de funções, responsável pela redução média de 16,25% dos proventos dos bancários.

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As mudanças nas verbas salarias transformaram o que era piso em teto de função e nenhum trabalhador conseguirá ter salário maior que o VR (Valor de Referência), prejudicando os ganhos do PCR (Plano de Carreira e Remuneração). Também colocam em risco o salário porque não há garantia que os reajustes no futuro incidirão sobre todas as verbas, que também serão perdidas em caso de mudança de agência ou departamento.

O protesto serve, ainda, para denunciar a prática antissindical do banco que tem embrutecido a relação com os funcionários. Conforme visto após a Campanha Nacional 2012, o assédio moral está disseminado como forma de gestão de resultados, há ameaças de transferências compulsórias e agências com falta de caixas e escriturários, além de várias outras formas de pressão, incluindo alterações no sistema de avaliação GDC. Estas, apesar de o banco dizer que são pontuais devido a migração de sistema, deixam lacunas que preocupam os trabalhadores quanto às garantias contra o descomissionamento. Pelo acordo coletivo e Instrução Normativa vigente à época da assinatura do acordo, a perda de comissão deve respeitar três avaliações semestrais consecutivas negativas.

"No dia 20 vamos dar recado ao banco que ele precisa negociar. Os funcionários das concentrações podem participar do protesto colaborando no contato com colegas de agências convidando-os a participar do protesto. A estrutura do Sindicato vai ser destinada a garantir uma boa manifestação nas agências" diz Ernesto Izumi, secretário de imprensa da entidade.

Ações judiciais – O Sindicato conta, desde 11 de março, com plantões de advogados para receber informações sobre todos os setores e áreas do banco e, posteriormente, montar as ações por grupos homogêneos.

A representação da categoria entende que quanto mais os grupos forem restritos e com características idênticas de funções, mais chances de sucesso na ação. Explica, ainda, que como as ações são coletivas e o Sindicato é o autor, os funcionários não serão expostos.

Também está sendo preparada ação contra a redução salarial de comissionados com 10 anos ou mais de exercício da função, inclusive daqueles que aderiram à jornada de seis horas, uma vez que a redução salarial foi imposta pela empresa a esse grupo de trabalhadores.

Brasília - Além das ruas e da Justiça, a representação dos bancários atua também nos gabinetes. Nos dias 5 e 6 de março, durante a Marcha dos Trabalhadores à Brasília, dirigentes sindicais reuniram-se com o diretor do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest), Murilo Francisco Barella e com o assessor especial da Secretaria-Geral da Presidência da República, José Lopez Feijóo.

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Antes, o Sindicato já havia entrado em contato com o senador Wellington Dias (PT-PI) e o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), denunciando a postura da direção da empresa.
Foram realizadas também reuniões com funcionários de setores do banco, como Ditec e Reseg, para os quais já estão sendo propostas ações judiciais, e plenária na Quadra com a participação de mais de 400 trabalhadores.

> Plenária: funcionários do BB nas ruas contra plano de funções
> Reunião com Reseg e Ditec sobre plano de funções do BB

O Sindicato conquistou, ainda, liminar ampliando em 30 dias o prazo, já encerrado, para assinatura do chamado termo de posse à função comissionada para os cargos de oito horas. O termo visa impedir que funcionários questionem futuramente o pagamento das sétima e oitava horas como hora extra.

O calendário de luta também prevê mais protestos e um novo dia nacional de luta a ser realizado em abril.

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Redação - 15/3/2013

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