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Acordo para estabelecer direitos no SAC Santander

Linha fina
Uso livre do banheiro sem desconto e respeito da pausa de descanso estão entre temas em debate
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 São Paulo – Os funcionários do SAC da Vila Santander Paulista poderão ter garantidos em acordo específico regras para que a rotina não se torne um inferno. As discussões estão sendo feitas através de mesas de negociação – em 12 e 20 de março – e a previsão é que as relações de trabalho sejam reguladas de forma a atender as principais reivindicações.

O Sindicato pressionou o banco para negociar sobre diversas questões, muito denunciadas pelos funcionários, que abrangem problemas como: proibição de idas ao banheiro, desvio e acúmulo de tarefas, sobrecarga, imposições abusivas e rebaixamento de notas que podem impactar nas remunerações variáveis.

"A perspectiva é de avançar, pois o pessoal está fazendo suas denúncias e o Sindicato, com a força da organização, está cobrando", afirma a dirigente sindical Carmen Meireles.

Nova rodada de negociação está para ser agendada.

Gestão do medo – O número de reclamações dos bancários do call center aumentou muito. Segundo denúncias, o ambiente se transformou em "insano, degradante e insalubre".

"Há um controle policialesco de idas ao toilette, a gestão não respeita a dignidade humana", diz uma bancária.

A sensação é de terror. Segundo a funcionária: "Não temos vontade alguma de vir trabalhar, parece Auschwitz de tão assustador que está o ambiente", afirma.

Acúmulo de função – Além de terem as idas ao banheiro controladas na jornada, há acúmulo de função.

O motivo é que faltam funcionários e todos são obrigados a atender diversos tipos de público, a partir de janeiro.

"Trabalhadores de segundo nível devem agora realizar as tarefas do primeiro. O atendimento Van Gogh, antes feito por gerentes, está sendo feito por assistentes", conta Carmen.

Avaliação - De acordo com a dirigente, essas mudanças trazem imposições de metas absurdas e rebaixamento de notas e nas remunerações variáveis.

"As avaliações feitas pela monitoria mais parecem um instrumento de coerção coletiva", afirma o também dirigente sindical Anderson Pirota.

"Se o cliente não sair sorrindo do atendimento, somos pontuados por isso. Não temos culpa pela insatisfação do cliente que está irritado com o conjunto da instituição, basta ver a posição do banco na lista do Bacen", relata um bancário do 1º nível.

Depois de manter a liderança nas reclamações do Banco Central em 2013, o Santander foi o campeão de queixas em janeiro e fevereiro de 2014.

> Santander mantém "domínio" de queixas ao BC

Denuncie – "Os trabalhadores devem continuar a mandar suas denúncias ao Sindicato para a gente poder cobrar", acrescenta Pirota.

Para ele, a gestão do Santander ignora o lado humano do trabalho. "Esperamos que o banco espanhol reveja esse modelo. Que o banco contrate mais, respeite a jornada, a pausa de descanso, o uso livre do banheiro e que reveja o processo de avaliação do trabalhador", reivindica.

"É preciso melhorar o atendimento para nossos clientes sem penalizar os trabalhadores", diz.

A Vila Santander Paulista tem cerca de 2,4 mil funcionários e fica no bairro do Limão, zona norte de São Paulo.


Mariana Castro Alves – 21/3/2014

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