Neste 8 de Março, bancárias e bancários - junto ao Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região; outras categorias; CUT, demais centrais; e movimentos sociais - ocuparam a Avenida Paulista em um grande ato do Dia Internacional das Mulheres, que este ano teve como tema "Mulheres na luta por democracia e direitos".
Além do ato na capital paulista, foram realizadas diversas manifestações por todo o Brasil, também com a presença da categoria bancária e suas entidades representativas.
As principais bandeiras de luta do ato na Paulista, elencadas pela CUT e sindicatos para o Dia Internacional das Mulheres, foram:
- Chega de violência
- Salários iguais
- Contra o assédio no mundo do trabalho, e pela ratificação da Convenção 190 da OIT: o Sindicato luta pela Convenção 190 junto com a UNI Global Union (sindicato global) e outros sindicatos internacionais.
- Empregos decentes
- Políticas públicas
- Não ao machismo
- Respeito à diversidade
- Fim da fome
- Fora preconceito
- Basta de racismo
- Sem anistia para golpistas
"Neste ano, o 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres, data para celebrar a nossa luta e reforçar as nossas pautas, ganha um significado especial. Temos de louvar o papel decisivo das mulheres brasileiras na luta em defesa da nossa democracia. Em 2018, as mulheres, com o movimento Ele Não, já alertavam para o desastre que viria a se concretizar com a eleição de um presidente misógino como Jair Bolsonaro. Em 2022, em uma eleição apertada, as mulheres foram as grandes responsáveis por evitar que a tragédia bolsonarista permanecesse mais quatro anos na presidência da República"
Ivone Silva, presidenta Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região
"Ocupamos hoje as ruas, aqui em São Paulo e em todo o Brasil, por salário igual para igual função; contra todas as formas de violência contra a mulher; contra o machismo; por empregos dignos, sem assédio; juros mais baixos; políticas públicas; e em favor da democracia. As mulheres, as trabalhadoras, conquistaram muitos avanços, sempre na luta, mas ainda temos muito a avançar. Sabemos que as principais e primeiras vítimas das políticas neoliberais, de desmonte do Estado, como tivemos nos últimos quatro anos, são as mulheres, especialmente as mulheres negras. Através da nossa luta, da nossa militância, hoje temos um governo que valoriza e propões políticas públicas efetivas para as mulheres. Seguiremos, juntas, na luta, para conquistar muito mais"
Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região
Governo Lula anuncia medidas para assegurar direitos das mulheres
Na manhã desta quarta-feira, 8 de Março, o presidente Lula anunciou uma série de medidas para assegurar direitos das mulheres. O pacote terá a participação de 20 ministérios, sob a coordenação da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, além de Banco do Brasil, Caixa e BNDES.
Entre as iniciativas, está o envio ao Congresso de proposta para que o Brasil ratifique duas convenções da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Uma delas é a Convenção 190, sobre eliminação da violência e do assédio no mundo do trabalho. A outra é a Convenção 156, sobre igualdade para trabalhadores com obrigações familiares.
Também será enviado ao Congresso um projeto de lei que estabelece a obrigatoriedade de pagamento igual para homens e mulheres que exerçam a mesma função, com a criação de ferramentas para viabilizar a transparência das empresas quanto a remuneração, ampliando a fiscalização. De acordo com a ministra do Planejamento, Simone Tabet, o texto do projeto estabelece multa de dez vezes o maior salário pago pela empresa em caso de disparidade salarial entre homens e mulheres que exerçam igual função.
"A iniciativa do governo Lula para que o Brasil ratifique as convenções 190 e 156 da OIT, assim como o projeto que visa efetivar a equiparação salarial entre homens e mulheres, mostra o compromisso do Executivo com as pautas das mulheres e evidencia o abismo que existe entre a postura do atual governo e o comportamento misógino do anterior. Estas são pautas históricas do movimento sindical e acompanharemos de perto a sua tramitação no legislativo, trabalhando para que sejam aprovadas", destaca a presidenta do Sindicato.
O governo federal anunciou ainda um decreto que determina que qualquer empresa envolvida em contratação pública com a administração federal deverá ter, ao menos, 8% da mão de obra formada por mulheres vítimas de violência.
Veja abaixo outras medidas anunciadas nesta quarta 8 em relação aos direitos das mulheres:
Dia Nacional Marielle Franco
Data será lembrada a cada 14 de Março, data em que a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram assassinados. O objetivo é a conscientização contra a violência política de gênero e de raça.
Linhas de crédito
Produtos em condições especiais no Banco do Brasil, como linha de crédito com taxa menor para agricultoras familiares e empreendedoras.
Tecnologia
Programa Empreendedoras Tec para empresas e projetos tecnológicos liderados por mulheres.
Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual
O governo federal anunciou a edição de decreto para garantir a distribuição de absorventes para estudantes e pessoas de baixa renda por meio do SUS.
Casa da Mulher Brasileira
Investimento de R$ 372 milhões em 40 novas unidades da Casa da Mulher Brasileira em municípios de menor população. O programa tem o objetivo levar políticas públicas às mulheres em situação de vulnerabilidade.
Programa Mulher Viver Sem Violência
Recursos para a aquisição de 270 viaturas para a Patrulha Maria da Penha nos 26 estados e Distrito Federal.
Edital de R$ 4 milhões para projetos municipais com foco na prevenção à violência e à criminalidade contra mulheres.
Equidade no SUS
Criação do Programa Nacional de Equidade de Gênero, Raça e Valorização dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde.
Bolsa Atleta
Decreto que garante a licença-maternidade para mulheres que recebem o Bolsa Atleta. A medida assegura o pagamento da bolsa até que a atleta possa retornar ao esporte.
Creches
Retomada das obras de 1.189 creches, que estavam paralisadas.
Combate ao assédio
Criação de política de combate ao assédio sexual, moral e a discriminação na administração pública federal.
Formação e Renda
Capacitação de mais de 40 mil mulheres em situação de vulnerabilidade, na educação profissional e tecnológica.
Criação da Política Nacional de Inclusão, Permanência e Ascensão de Meninas na Ciência, Tecnologia e Inovação. E destinação de R$ 100 milhões para o financiamento de projetos de mulheres pelo CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
Edital de R$ 1,5 milhão para financiar projetos para fomentar ações de geração de trabalho, renda e participação social para mulheres em situação de vulnerabilidade.
Cinema
Edital Ruth de Souza de Audiovisual, para apoiar a realização do primeiro longa-metragem por cineastas brasileiras.
Literatura
Prêmio Carolina Maria de Jesus, para valorizar livros de novas escritoras.
Mulheres das Águas
Encontro Nacional das Mulheres das Águas e lançamento do prêmio Mulheres das Águas.
Ministério da Justiça e Segurança Pública
Desenvolvimento de encontros, eventos, debates e balanços no âmbito do Ministério da Justiça e Segurança Pública com foco em gênero.
