São Paulo – A direção do Banco do Brasil alterou de forma unilateral a Instrução Normativa do plano de funções (918-1) e passou a obrigar os funcionários em comissão de assistentes a assinar correspondências aos clientes. Essa atribuição seria responsabilidade exclusiva de comissionados com cargos de confiança.
Após a denúncia dos funcionários de que a administração local do SAC vinha obrigando assistentes de UA a assinar carta resposta aos clientes, os representantes dos trabalhadores, por meio de ofício ao Banco do Brasil, reivindicaram o fim do desvio de função no Serviço de Apoio ao Cliente (SAC).
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“Tal situação caracteriza grave desvio de função, como descumprimento do atual normativo 917-1 e 917-2 sobre procedimentos para solução de ocorrência da dependência em questão, e desrespeito a responsabilidade do cargo em extinção de Assistente UA como do novo cargo de Assistente Operacional”, diz o ofício.
Revelia da lei – Para a diretora da Fetec/CUT -SP Fernanda Lopes, o novo normativo explicita a maneira como o jurídico do BB esta conduzindo, à revelia da lei, o desvio de função inerente ao serviço desses assistentes.
“São cerca de 300 assistentes que não recebem para assumir tamanha responsabilidade imposta pela Diretoria de Relações com Clientes, e isso evidencia a necessidade urgente de se negociar a equiparação de responsabilidade, alçadas e salários com o cargo de analistas. Ressaltamos que a Diretoria de Gestão de Pessoas foi a formuladora desse novo plano de função e ao mesmo tempo se cala perante esse desvio”, enfatiza a diretora.
Após a denúncia dos funcionários, o Sindicato reuniu-se com os administradores do SAC, na ultima quinta, para manifestar sua discordância com a medida. Os gerentes afirmaram que essa alteração visa aperfeiçoar e agilizar o serviço. Entretanto, a decisão coube à Direc, diretoria responsável pelo SAC.
Para o diretor do Sindicato e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, Claudio Luiz, não é a primeira vez que as diretorias do banco alteram os normativos internos apenas para satisfazer uma necessidade do cumprimento de metas que eleva os bônus de seus diretores.
“Essa prática evidencia que o Conselho Diretor está preocupado apenas com seus bônus cada vez maiores, explicitando uma relação entre a diretoria e os funcionários que não se resume a nada mais do que resultados que devem engordar seus já altos salários e bônus.”
Rodolfo Wrolli - 3/4/2013
