Pular para o conteúdo principal

Funcionários do BB reagem e param por 24 horas

Linha fina
Protesto é contra plano de funções imposto pelo banco, assédio moral e práticas antissindicais da direção
Imagem Destaque

São Paulo – Mesmo com ameaças veladas na forma de cartas, mesmo com tentativas de intimidação por meio do acionamento da polícia na saída da assembleia de segunda-feira 29 e nos locais onde houve manifestações, mesmo com advertências de descomissionamento, os funcionários do Banco do Brasil mostraram sua indignação e sua vontade de luta na paralisação de 24 horas ocorrida nesta terça-feira 30.

> Fotos: galeria da mobilização no BB
> Vídeo: bancários cobram negociações

O ato teve adesão de cerca de 60% dos funcionários dos complexos administrativos do centro e da zona sul e de aproximadamente 70% dos funcionários das agências onde o Sindicato realizou o trabalho de mobilização.

A avaliação da entidade é que a indignação dos bancários contra as imposições truculentas da direção da instituição foi responsável pela boa adesão ao ato de hoje.

“Essa paralisação é uma prova de que o trabalhador não aguenta mais os desmandos da direção do banco e não vai mais compactuar com os desrespeitos praticados pela atual gestão da instituição”, afirmou a secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas.

A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, enfatizou que a imposição ao plano de funções, o assédio moral e as práticas antissindicais só poderão ser revertidos por meio de mobilização e luta. “O que está colocado em questão é se a gente vai baixar a cabeça para os desmandos da direção do banco. Nós estamos lutando para que amanhã eles não retirem outros direitos dos trabalhadores. Se nós não fizermos esse movimento, é o que vai acontecer.”

Plano de funções – De acordo com análise do Sindicato, todos os funcionários do BB foram afetados, direta ou indiretamente, com a imposição do novo plano. Escriturários e caixas, ao serem promovidos para assistentes ou gerentes, ingressarão com valor da função reduzido e sem garantia de reajustes futuros nas respectivas verbas.

Assistentes que optaram pela jornada de seis horas tiveram redução salarial de 16,25% em média, e quem não aderiu, sofreu diminuição do valor recebido pela função. Os gerentes foram prejudicados pela redução do montante pago pela função, atingindo imediatamente comissionados com mais tempo de banco e que tinham zerado a antiga verba CTVF (Complemento Temporário de Valores de Função), com reflexo para todos, pois o que era piso virou teto.

Terreno contaminado – No ato também foi destacada a transferência dos funcionários do complexo São João para um prédio localizado em um terreno contaminado na Lapa. “Essa é a hora do funcionário do Banco do Brasil reagir, e ele está reagindo, pois não quer ser apenas mais um número, sem emoção, sem sentimento, sem vontade própria e sem coragem”, afirmou a secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas.

Você está satisfeito? – O Banco do Brasil diz que as condições de trabalho na empresa não estão ruins e que os bancários estão com identidade cada vez mais forte com a instituição financeira. A declaração feita após lançamento de oferta pública de ações da BB Seguridade na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). De acordo com a instituição financeira a satisfação dos trabalhadores pode ser verificada em suas pesquisas. Além disso, o banco alega que investe na capacitação dos funcionários e melhora das condições de trabalho.

Leia mais
> Bancários do BB paralisaram atividades em 20 cidades no país


Rodolfo Wrolli - 30/4/2013
(Atualizado às 18h56)

seja socio