São Paulo – O Sindicato organizou um ato em frente a uma agência do Bradesco, no bairro do Bom Retiro, para protestar contra as constantes pressões que os funcionários sofrem pelo cumprimento de metas abusivas. A sardinhada ocorreu nesta quarta-feira 17 e foi servida a clientes do banco e população.
> Fotos: galeria da sardinhada no Bradesco
No ato foi distribuído, ainda, impresso explicando aos clientes as agruras pelas quais os bancários são obrigados a vivenciar no dia a dia e também pedindo apoio da população aos bancários e compreensão pelo seu padecimento.
“Em 2012, o Bradesco alcançou o assombroso lucro de R$ 11,523 bilhões. Esse resultado foi obtido através da cobrança de juros extorsivos e tarifas absurdas dos seus clientes e, também, devido ao esforço de seus funcionários, que sofrem diariamente com a cobrança para o cumprimento de metas abusivas e com a prática de assédio moral”, diz um trecho do panfleto distribuído no ato.
Sofrimentos – Para o dirigente sindical Luzenilton Souza, o Mister Bean, essa pressão, derivada da diretoria, é recebida pelo gerente geral, que muitas vezes já se encontra doente e acaba “contaminando” toda a agência com o sofrimento causado por seus superiores. “Esse clima vem na contramão de estudos do RH que apontam que um trabalhador mais feliz produz mais e melhor”, afirma.
O panfleto distribuído à população diz também que “são incontáveis os pedidos de socorro dos bancários, que relatam todo tipo de sofrimentos e situações degradantes, como gritos de superiores na presença dos clientes, exposições humilhantes para a equipe - mesmo com cumprimento de metas -, falta de funcionários, entre outras graves denúncias. Essas práticas causam constrangimentos e levam os funcionários a uma série de doenças, como a depressão.”
Nós não somos robôs – Mister Bean explica que as metas nas agências são impostas sem uma análise do potencial de cada região e muito menos do perfil do cliente. “A pressão desumana faz com que os trabalhadores adoeçam física e mentalmente. O Bradesco adotou um robô como símbolo da agência do futuro, mas nós, bancários, não somos máquinas. Banco evoluído é banco que respeita a vida dos funcionários”, protestou o dirigente.
Rodolfo Wrolli - 17/4/2013
