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Vice-prefeita detalha legado da Copa para SP

Linha fina
Em seminário, Nádia Campeão ressalta obras sociais e secretário de Planejamento do governo paulista cita intervenções viárias e polo educacional no entorno do Itaquerão
Imagem Destaque

São Paulo – A cidade de São Paulo vai sediar seis partidas da Copa do Mundo, incluindo o jogo de abertura do evento. Para isso, um novo estádio foi erguido, no bairro de Itaquera, zona leste, ao custo de R$ 1,1 bilhão, e será do Corinthians após o evento. Esses fatos viraram objeto de muita polêmica e controvérsia.

Na quinta-feira 23, representantes do governo estadual e da prefeitura, ao lado de integrantes do governo federal, participaram de um seminário para informar a população sobre os gastos e ações governamentais relacionados à realização do evento na capital paulista.

Segundo a vice-prefeita Nadia Campeão, o investimento no entorno do Itaquerão é de R$ 548,5 milhões, sendo R$ 397,9 milhões do Estado e R$ 150,6 milhões da Prefeitura. Em três anos de obras do estádio teriam sido gerados seis mil empregos diretos e 20 mil indiretos; 246 operários fizeram cursos técnicos no próprio canteiro e 53 foram alfabetizados. A vice-prefeita fez questão de lembrar e lamentar os acidentes que resultaram na morte de três operários: Fabio Luis Pereira, Ronaldo Oliveira dos Santos e Fabio Hamilton da Cruz.

Social – Nadia também salientou o legado social da Copa para a cidade. São Paulo foi a primeira cidade-sede a aderir ao Pacto pelo Trabalho Decente na Copa, em parceria com a OIT (Organização Internacional do Trabalho). Só na zona leste, 20 Varas do Trabalho foram instituídas desde 2013. Como estímulo à economia solidária e à reciclagem, cem catadores atuarão na Copa.

Além disso, a remoção de famílias para a realização das obras foi praticamente inexistente, segundo a vice-prefeita.

“No ano passado inteiro nós fomos questionados pela imprensa e por organismos de direitos humanos ligados à ONU, porque havia uma denúncia de que a Copa em São Paulo seria responsável pela expulsão de pelo menos 80 mil pessoas. Isso circulou internacionalmente, impactou a imagem do Brasil e de São Paulo, e agora nós temos os números. Na realização de todas as obras, apenas oito famílias precisaram ser removidas e houve 26 desapropriações.”

A vice-prefeita lembrou que 120 moradores da favela da Paz, vizinha ao estádio em Itaquera, também deixarão suas casas. No entanto, somente quando conjuntos habitacionais que estão sendo construídos na região com financiamento da Caixa estiveram prontos, em maio ou junho.

A gestão municipal venceu queda de braço com a Fifa, e as atividades dos ambulantes que possuem Termos de Permissão de Uso para atuar na cidade devem acontecer normalmente durante a Copa. Outros mil poderão trabalhar temporariamente nas Fan Fests, eventos da Fifa em praças públicas onde torcedores assistirão aos jogos, selecionados pelo Fórum Permanente de Ambulantes em parceria com as empresas patrocinadoras do evento.

Praça – A prefeitura está transformando em uma praça o espaço que antes abrigava uma passarela rústica entre a estação do metrô Corinthians Itaquera e a área que abriga o novo estádio. A área verde terá 16.500 metros quadrados e 334 árvores. Com inauguração prevista para maio, será denominada Praça Luciano do Valle, em homenagem ao narrador esportivo morto no dia 19 de abril.

Turismo – De acordo com estudos do Ministério do Turismo e da Fundação Getúlio Vargas, a previsão para 2014 é que São Paulo seja a segunda cidade brasileira mais visitada por turistas estrangeiros (258 mil) e a primeira em turistas nacionais (1,18 milhão de pessoas). Nos 31 dias que durarão os jogos, segundo a empresa de consultoria de gestão Accenture, a movimentação com o turismo será de R$ 2 bilhões.

A Matriz de Responsabilidade da Copa informa R$ 5 bilhões de investimentos na infraestrutura aeroportuária no estado de São Paulo.

Intervenções urbanas – O secretário estadual de Planejamento, Julio Semeghini, ressaltou as intervenções viárias que ligarão a Arena Corinthians com outras áreas da zona leste e também as obras no entorno da arena. “Nós não estamos vendo só um estádio para a Copa, nós estamos vendo uma Fatec (faculdade técnica), que já está pronta, uma Etec (escola técnica) que está ficando pronta, tem ainda uma área grande liberada pelo prefeito Haddad, para que a gente construa um grande fórum, que irá gerar mais de mil empregos diretos e indiretos na região. Será uma área de muita oportunidade para toda a zona leste”, afirmou o secretário de planejamento.


Rodolfo Wrolli – 28/4/2014

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