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Chapéu
Mesa de Negociação

Sindicato defende empregados e função social da Caixa

Linha fina
Em mesa de negociação permanente, empregados questionaram medidas que enfraquecem o banco; foram debatidos ainda pontos como intervalo de 30 minutos, Saúde Caixa, contratações, condições de trabalho dos tesoureiros, fechamento de unidades, agência digitais, entre outros
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Foto: Fenae

A mesa permanente de negociação com a direção da Caixa, realizada na sexta 12, foi marcada pelo protesto dos empregados contra a saída do banco do Conselho Curador do Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço (FGTS) e a redução da representação dos trabalhadores nessa mesma instância. Representantes dos empregados cobraram a falta de posicionamento da direção do banco sobre a medida e exibiram uma faixa em defesa do fundo.

Entre outros pontos, a representação dos empregados voltou a cobrar também melhorias nas condições de trabalho dos tesoureiros, respeito à jornada de trabalho nas agências digitais e transparência no Saúde Caixa.

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FGTS

Cobrada na mesa sobre o Decreto nº 9.737/19, que prevê a sua saída do Conselho Curador do FGTS, a Caixa alegou que foi cumprida uma determinação do Ministério da Economia.

“O FGTS é o principal fundo de investimento do país. São mais de 500 bilhões  e a Caixa - que centralizou as contas a partir dos anos 1990, tornando-se agente operadora - não pode ser condizente com este desmando do governo, ameaçando um patrimônio do povo brasileiro”, diz o diretor do Sindicato e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Dionísio Reis.

Para o dirigente, a omissão da Caixa quanto a sua saída do Conselho Curador do FGTS se soma a outras medidas da atual direção que só enfraquecem a instituição enquanto banco público, assim como a sua função social, ao contrário do discurso do presidente Pedro Guimarães de que defende a Caixa.  

“Está sendo realizado um desinvestimento expressivo em marketing, o que prejudicará a imagem do banco. Apesar da direção alegar que se gastava muito com publicidade, os números mostram que a Caixa foi o banco que menos investiu na área em 2018. Paralelamente a isso, vemos um alto provisionamento no 4º trimestre do ano passado, que não se sustenta diante da baixa inadimplência, o que diminuiu o lucro anual; vazamento desse provisionamento para a imprensa antes da divulgação do balanço;  queda na carteira de crédito; e o presidente Pedro Guimarães anunciando aos quatro ventos, sempre que tem a oportunidade, a venda de ativos lucrativos do banco como Asset, Seguros, Loterias e Cartões. Esse conjunto de medidas prejudica a imagem do banco, faz perder mercado e o afasta da sua função social. Não vemos outra razão para isso que não a intenção de vender o banco aos pedaços”, enfatiza Dionísio.

Contratações já

O Sindicato cobrou que a Caixa cumpra o compromisso, assumido pelo presidente do banco, de contratar mais empregados. Os representantes do banco afirmaram que não há nenhuma posição oficial sobre contratações e que o assunto ainda está em estudo.

“O presidente do banco assumiu o compromisso em reunião com as entidades representativas dos trabalhadores de fazer novas contratações até atingir o teto estabelecido pelo SEST de 87 mil empregados, mas a informação que nos foi dada na mesa é de que estão sendo feitos estudos, mas não tem nada de concreto. Enquanto isso, nas unidades, a rotina é de sobrecarga de trabalho”, destaca Dionísio.

Saúde Caixa

Os empregados cobraram a imediata efetivação dos Comitês do Saúde Caixa, por Gipes e Repes, com coordenação da CEE/Caixa e GT Saúde Caixa, que serviriam para ajudar os empregados nas demandas de atendimento sem resolução. O banco se comprometeu a encaminhar, até a próxima semana, a relação dos comitês de credenciamento e descredenciamento que estão instalados.

“Nossa reivindicação é que esses comitês sejam fortalecidos e nas regiões que não existirem que a Caixa providencie sua imediata instalação. Queremos também que tratem das demandas referentes aos atendimentos dos empregados e aposentados”, explica Dionísio.

Sobre a cobrança de mais transparência no Saúde Caixa, os representantes do banco se comprometeram a apresentar na próxima reunião do GT Saúde Caixa, que deve ocorrer em maio, os demonstrativos financeiros detalhados do plano de saúde.

Fechamento de agências

Sobre o fechamento de agências, a Caixa informou que não existe previsão para que ocorram e assumiu o compromisso de comunicar o Sindicato e demais entidades representativas sobre o encerramento de unidades, ao mesmo tempo em que as superintendências forem comunicadas.    

“Esse é um tema em que somos irredutíveis. Em diversos municípios e bairros periféricos, a Caixa é a única instituição presente, fundamental para a população, comércio e desenvolvimento local. Tivemos duas lutas bem sucedidas ao impedir o fechamentos das agências Vila Joaniza e Jardim Camargo Novo. E, se necessário, mobilizaremos novamente bancários, população, comerciantes e lideranças locais para evitar o fechamento de agências”, diz Dionísio.

Intervalo de 30 minutos

A Caixa anunciou que foi adiada do dia 15 para 22 de abril a implantação do intervalo de 30 minutos para os empregados com jornada de seis horas. A ampliação do descanso, que antes era de 15 minutos, foi uma conquista do Acordo Coletivo de Trabalho 2018/2020, com objetivo de garantir a saúde dos trabalhadores.  A CEE/Caixa levou para mesa a reivindicação dos empregados de que o cumprimento do intervalo seja opcional. Está mantido o intervalo intrajornada de 15 minutos.

Ficou definido que o tema será mantido na próxima mesa permanente de negociação para avaliar o impacto da aplicação do intervalo sob o ponto de vista dos trabalhadores e suas eventuais demandas.

Agências digitais

A principal reivindicação dos empregados foi o respeito à jornada de trabalho dos gerentes gerais dessas unidades, que segundo denúncias encaminhadas ao Sindicato chegam a trabalhar até 12 horas. O Sindicato cobrou o registro de ponto desses trabalhadores. “A Caixa diz que estão sendo respeitadas as normas da previstas na NR 17. Entretanto, como funcionam em turnos de mais de 12 horas, sem o registro de ponto, a jornada pode ser abusiva”, diz Dionísio.

Tesoureiros

As condições de trabalho dos tesoureiros voltaram a ser debatidas na mesa de negociação permanente. Representantes dos empregados relataram vários problemas como a redução absurda do em caixa das unidades, meta de redução de carro forte, desvio de função e penalização dos trabalhadores que descumprem normas relativas às suas atribuições por seguirem ordem da chefia. A Caixa se comprometeu a encaminhar aos gestores comunicado orientando que o normativo seja devidamente cumprido.

O Sindicato realizará reuniões com os tesoureiros para debater propostas de melhorias das condições de trabalho, que serão encaminhadas à mesa de negociação.

Descomissionamentos

O Sindicato também protestou contra o descomissionamento dos gerentes de Atendimento e Negócios PJ.  Por conta do processo de verticalização, estes empregados que eram gerentes de Pessoa Jurídica foram prejudicados. “Estão fazendo as mesmas atividades e ganhando menos. E, agora, o banco mostra toda a sua crueldade ao abrir PSI para funções retiradas na reestruturação. Um absurdo”, denuncia Dionísio.

Cobrada sobre o fim da dotação orçamentária de horas extras e do impedimento de empregados de agências ditas não doadoras participarem dos Processos Seletivos Internos (PSIs), a Caixa informou que as duas medidas serão mantidas.

35º Conecef

O diretor do Sindicato e coordenador da CEE/Caixa destaca por fim a importância da participação dos empregados no35º Conecef, realizado nos dias 15 e 16 de junho.

“Os desafios são muitos e grandes, mas juntos resistiremos. O momento exige unidade e mobilização. O Conecef é a oportunidade de fortalecermos nossa organização e estratégias de luta e resistência”, conclui Dionísio. 
 

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