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Palestra aborda obra de revolucionária russa

Linha fina
Alexandra Kollontai é tema de livro que será lançado durante seminário na sede do Sindicato
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São Paulo – A filosofia de uma das primeiras mulheres a pensar o feminismo sob a ótica do marxismo, a russa Alexandra Kollontai, será tema de debate no Auditório Amarelo da sede do Sindicato. A palestra, proferida pela mestra em Direito Político e Econômico Paula Loureiro da Cruz marca o lançamento de seu livro Alexandra Kollontai, feminismo e socialismo – Uma abordagem crítica do Direito, pela editora Alfa-Ômega.

O evento, no sábado 5, é realizado em parceria com o Centro de Pesquisa 28 de Agosto, do Sindicato.

Participante ativa da Revolução Russa de 1917, Kollontai foi pioneira em diversos aspectos. Nascida no seio da aristocracia latifundiária, abandona marido e filho e abraça a causa operária ainda no final do século XIX. Após a vitória do movimento que levou Lenin e o Partido Comunista ao poder no país, ocupa, pela primeira vez para uma mulher, os cargos de embaixadora e ministra. “Além disso, foi pioneira em pensar a situação da mulher na perspectiva do marxismo”, diz Paula Loureiro.

É essa filosofia, que compara o papel da mulher no capitalismo e propõe uma nova ótica para o feminino no socialismo, que será o tema da palestra. “Kollontai inova ao pensar sobre a moral sexual no capitalismo e propôr nova moral ao socialismo. Ela adota também a perspectiva de Engels, de que a família monogâmica nasce como forma de preservar a propriedade privada, e defende a união livre, não necessariamente monogâmica. Uma abordagem polêmica nos dias de hoje, imagine para a época”, ressalta a pesquisadora.

Sindicato - Paula Loureiro traça um paralelo entre a filosofia de Alexandra Kollontai e a luta do Sindicato por igualdade de direitos entre os gêneros. Segundo ela, a revolucionária russa dizia que apenas pela via do Direito nunca se chegaria à superação da condição submissa da mulher na sociedade, mas que isso seria possível no campo da moral. “E o Sindicato, quando promove ações e debates sobre relações compartilhadas entre homens e mulheres, por exemplo, está atuando no campo da moral e dos costumes. Não se alcança isso com o Direito. Como editar leis que obriguem os homens a também lavar louça ou cuidar dos filhos em casa? Essa mudança só pode se dar com a transformação dos costumes e da forma de pensar das pessoas, e é isso que o Sindicato propõe ao ir para as ruas chamar a atenção da população para o tema”, defende.

O debate com Paula Loureiro começa às 10h30. A sede do Sindicato fica na Rua São Bento, 413, no Edifício Martinelli, próximo à estação de metrô São Bento, no centro da capital. Inscrições pelo 3188-5328.


Andréa Ponte Souza - 2/5/2012

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