São Paulo - A insistência da direção do Banco do Brasil em manter retaliação contra funcionários do Complexo São João que participaram do Dia Nacional de Luta de 28 de março levou o Sindicato a organizar protesto na concentração na manhã de quinta 3.
> Fotos: galeria de imagens da manifestação
Os gestores do CSO 1900 (Centro de Suporte Operacional) anotaram a participação no GDC – sistema de avaliação do banco - dos trabalhadores. O dia de luta foi realizado em quatro concentrações e somente na São João é que houve retaliação. O Sindicato exige que o registro seja anulado.
> BB mantém anotação na GDC por manifestação
> Funcionários do Banco do Brasil cobram CSO 1900
> Dia Nacional de Luta intensifica mobilização
A manifestação desta quinta 3 foi realizada na porta das três entradas do Complexo São João, onde a postura antissindical do banco foi denunciada não apenas para funcionários mas também para clientes. Em todas elas, os bancários que entravam demonstraram apoio e indignação com a postura do BB.
> Leia O Espelho e a Carta ao Cliente distribuídos
"O banco tenta rotular os manifestantes como irresponsáveis afirmando que eles não respeitaram o ponto eletrônico nem a instrução normativa, o que é uma mentira, pois foi uma manifestação amplamente divulga pelos meios de comunicação do Sindicato e em boletim de convocação entregue a todos os funcionários da concentração", afirma Paulo Rangel, diretor do Sindicato e funcionário do BB.
Nem diante de um ato contra práticas antissindicais o banco mudou de postura. Logo no início da manifestação, um representante do BB tentou retirar os cartazes levados pelo Sindicato.
Promoções - Além de criticar a anotação e cobrar sua retirada, o protesto serviu também para exigir transparência da direção da empresa nos processos de promoção. Rangel explica que o TAO - sistema de pontuação - não é respeitado fazendo com que as nomeações sejam feitas sem critérios de impessoalidade e objetividade, servindo para formar grupos de influência.
Bom para Quem? - Aos clientes foi esclarecida também a necessidade de o Banco do Brasil colocar mais funcionários à disposição, especialmente depois dos anúncios de cortes de juros feitos em abril. "A redução das taxas é boa para o desenvolvimento do país, para os consumidores, para o banco e tem de ser boa também para os funcionários, que não podem ficar ainda mais sobrecarregados com o aumento da demanda.
Segundo o balanço do primeiro trimestre do banco aponta que o programa de corte Bom pra Todos encerrou abril, mês em que foi lançado, com cerca de 124 mil adesões a pacote de serviços.
Os desembolsos diários aumentaram em mais de 50% passando de R$ 190,5 milhões para R$ 288,5 milhões somente para pessoas físicas. O crédito - também para famílias - somou R$ 133 bilhões, alta de 14,2% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado. Esse volume corresponde a 28,1% da carteira total da instituição. As operações do crédito consignado atingiram R$ 52,6 bilhões, com um crescimento de 14,3%. Já os financiamentos para as empresas aumentaram 17,8%, totalizando R$ 211,4 bilhões.
André Rossi - 3/5/2012