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Sindicato denuncia falta de funcionários no BB

Linha fina
Durante manifestações em agências, dirigentes ressaltaram que política de redução de juros é positiva, mas demanda mais contratações
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São Paulo – Assédio moral, pressão por metas, venda casada de produtos e carência de funcionários no Banco do Brasil foram alguns dos problemas denunciados pelo Sindicato em protestos realizados em frente às maiores agências das regiões norte, sul e leste e de Osasco, nesta sexta-feira 11.

Com o mote “Bom pra quem?”, os dirigentes sindicais questionam que o BomPraTodos, programa do BB que reduziu taxas de produtos, está sobrecarregando ainda mais os trabalhadores.

> Fotos: galeria de imagens da mobilização

“O Sindicato apoia a iniciativa do governo federal em baixar as taxas de juros dos bancos públicos para forçar a redução também nos privados, incentivar o crédito e aquecer a economia. Mas defendemos que essas medidas, que resultarão em maior demanda no banco, venham acompanhadas de contratações de funcionários e de mudanças na postura administrativa do BB”, afirma o diretor do Sindicato Felipe Garcez, que conversou com funcionários e clientes na agência da Rua Antônio Agu, em Osasco.

“Se a estratégia é ganhar no volume de clientes em vez de ganhar nas taxas de juros – o que achamos muito positivo –, então o banco também tem de apostar na melhoria do atendimento aos clientes com o aumento do número de funcionários, principalmente caixas. Mas não é o que acontece”, critica Felipe, acrescentando que o BB não contratou nem metade dos aprovados em concurso público realizado em 2008 e que não chamou nenhum dos aprovados em outro concurso realizado este ano.

Venda casada – Os dirigentes denunciam que uma das estratégias usadas pelo banco é a venda casada de produtos, proibida pelo Código de Defesa do Consumidor. “O banco acaba coagindo o funcionário a vender um produto associado a outro e isso não só resulta em pressão e assédio moral contra o trabalhador, como prejudica clientes. A prática, segundo alguns colegas, é velada e orientada de forma sutil, mas ela existe”, destaca o diretor executivo do Sindicato Ernesto Izumi, que também participou dos atos, onde foram distribuídas cartas abertas à população alertando sobre o problema. “A população nos ouviu com atenção e manifestou apoio”, conta Ernesto.

Mau atendimento – A dirigente Adriana Ferreira, que participou do ato na agência Voluntários da Pátria, ressalta que programas administrativos como o PSO (Plataforma de Suporte Operacional) e o BB 2.0 diminuíram ainda mais o número de caixas nas agências.

“A linha administrativa do Banco do Brasil vai no caminho oposto ao da política de redução de juros, pois se de um lado o governo aposta em crescimento do crédito e número de clientes, de outro o banco reduz o quadro. E o assédio moral acaba sendo um desdobramento dessa postura administrativa”, diz.

Pressão – O assédio moral faz parte da realidade dos bancários da agência da Praça Silvio Romero, na zona leste, onde também houve manifestação. “Segundo denúncias, o gestor da agência está cobrando metas de maneira agressiva, com ameaças absurdas como a de não pagar PLR, como se os funcionários não soubessem que a PLR é um direito, negociado pela categoria junto ao banco”, conta o dirigente Willame Lavor, que esteve no ato.

O Sindicato também esteve na agência Santo Amaro, na zona sul, onde a falta de pessoal também sobrecarrega os trabalhadores. “O BB assume uma postura de banco privado, quando deveria cumprir seu papel de instituição pública”, acrescenta o dirigente Getúlio Maciel, que conversou com os bancários e clientes da unidade.


Andréa Ponte Souza - 11/5/2012

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