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Além de craques, Copa trará legado ao país

Linha fina
Brasil se aproxima de sediar mundial em meio à controvérsia; confira os investimentos gerados e como vai ficar o trabalho nos dias de jogos
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São Paulo - Falta menos de um mês para o início da Copa do Mundo no Brasil, 64 anos depois de ter sediado o evento pela primeira vez. O tema tem sido motivo para intensos debates entre os que são contrários e os que defendem sua realização. No entanto, é fato que o evento vai ocorrer e o seu legado existirá também (confira abaixo).

Dias de jogos – Ainda há muita dúvida sobre se haverá folga ou não nos seis dias de jogos na capital paulista. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, enviou projeto de lei à Câmara Municipal que declara feriado municipal no dia da abertura da Copa. O projeto permite que os demais dias de jogos também sejam. O texto, no entanto, ainda não foi apreciado pelos vereadores.

Para os bancários – O Banco Central aprovou circular permitindo que nos dias dos jogos da seleção, os bancos alterem o horário de atendimento ao público em suas agências. Nesses dias será obrigatório o atendimento mínimo de quatro horas, ao invés das cinco horas normais. O Sindicato reforça que as instituições financeiras não poderão exigir compensação nesses dias, já que é deliberação do BC.

Copa X Saúde e Educação - Um dos principais argumentos dos que são contrários à realização do evento no Brasil é que a verba para construção dos estádios poderia ser sido usada na saúde e educação. Na verdade, não há recursos do orçamento federal aplicado nas arenas.

Os estádios custaram R$ 8 bilhões. Deste total, R$ 4 bilhões foram financiados pelo BNDES. Ou seja, este dinheiro será pago e com juros.  O governo do Distrito Federal arcou com R$ 1,4 bilhão e o restante é proveniente de recursos privados.

O gasto da União com a Saúde em 2013 chegou a R$ 83 bilhões. Já o gasto da União em Educação em 2013 atingiu R$ 101,9 bilhões. Desde 2010, quando se iniciaram as ações para sediar a Copa, o governo federal investiu R$ 825,3 bilhões em Educação e Saúde. Os dados estão no Portal da Transparência.

Passada a Copa, o que restará?

Mobilidade urbana – De acordo com os Ministérios do Esporte e do Planejamento, foram investidos, R$ 8 bilhões em 42 obras de mobilidade urbana no país: duas linhas de Veículos Leves sobre Trilhos, 13 linhas de BRT, três corredores de ônibus, 5 estações ou terminais de ônibus, 17 obras viárias e duas de controle de tráfego.

Telecomunicações – Foram investidos R$ 404 milhões em expansão de fibra ótica e implantação de equipamentos e sistemas.

Portos e Aeroportos – Cerca R$ 7 bilhões foram aplicados em 36 obras e intervenções. No domingo 11 foi inaugurado o terminal 4 do Aeroporto Internacional de Cumbica. Com 192 mil metros quadrados, ele é maior que os outros três terminais juntos e tem capacidade para receber 12 milhões de passageiros por ano.

Segurança Pública – R$ 1,9 bilhão investidos em centros integrados de comando e controle, e aquisição de equipamentos (bases móveis, armamento não letal, kits anti-bombas, softwares, scanners, imageadores para helicópteros, lanchas, etc).

Bom para a economia - Dados do Ministério do Esporte apontam que a Copa do Mundo beneficiará a economia nacional. Cerca de 50 mil postos de trabalho foram criados na construção ou reforma dos 12 estádios em que ocorrerão os jogos do evento.

Aproximadamente 48 mil vagas de trabalho no setor de turismo devem ser geradas entre abril e junho de 2014 nos 12 estados que receberão a competição. São 60% mais que no mesmo período de 2013.

E de acordo com a Fundação Getúlio Vargas, cerca de R$ 100 milhões em novos negócios para as micro e pequenas empresas e R$ 142 bilhões adicionais circularão na economia brasileira no período de 2010 a 2014.

Segundo levantamento da Fundação de Estudos e Pesquisas Econômicas (Fipe), ligada à USP, a Copa das Confederações acrescentou R$ 9,7 bilhões ao Produto Interno Bruto. E a expectativa é de que a Copa do Mundo movimente três vezes esse valor. O montante é maior do que todos os gastos públicos federais com estádios, aeroportos, telecomunicações, mobilidade urbana relacionados à Copa, que é de R$ 8,4 bilhões, segundo o Ministério do Planejamento.

Turismo - Há a expectativa de 600 mil turistas estrangeiros (o dobro da África do Sul) e 3 milhões de turistas nacionais durante a Copa. Segundo estimativa da Embratur, os gastos deles chegará a R$ 25 bilhões. A embaixada dos Estados Unidos, por exemplo, espera um fluxo de 180 mil cidadãos daquele país no Brasil em 2014. Somente em Natal, 20 mil norte-americanos são esperados durante o Mundial. A capital potiguar recebe, no dia 16 de junho, a partida da seleção dos EUA contra Gana.

Durante a Copa das Confederações, turistas movimentaram mais de R$ 740 milhões. O gasto médio entre os turistas estrangeiros foi de R$ 4.854 durante a viagem, e de R$ 1.042 entre os turistas brasileiros.


Rodolfo Wrolli - 12/5/2014

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