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Campanha contra exploração infantil na Copa

Linha fina
Ação foi pensada com o objetivo de desnaturalizar comportamentos que legitimam essa violência
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São Paulo - Instituto Promundo lançou na segunda-feira 26 a campanha Não é curtição, é exploração sexual contra crianças e adolescentes. Torcedores vão receber um guia com dicas para combater o crime em onze cidades brasileiras durante o a Copa do Mundo.

Com peças gráficas, audiovisuais e digitais, a campanha tem como padrinho o ex-jogador Jorginho, que foi lateral direito da Seleção Brasileira campeã do Mundo em 1994 e atual técnico do Al Wasl, dos Emirados Árabes. Entre as peças da campanha, destacam-se a produção de três vídeos – com versões de 15min e 30min –, um hotsite, páginas nas redes sociais Twitter e Facebook, além de cartazes e cartões postais que serão fixados em bares e restaurantes das principais cidades-sede. A instituição também produziu 120.000 exemplares de um ‘Guia do Torcedor’, no qual se destacam uma entrevista exclusiva com Jorginho, informações sobre ESCCA (Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes), tabela de jogos e dicas para o turista aproveitar esse evento respeitando os direitos infantojuvenis. Os guias serão distribuídos durante as partidas de futebol do torneio perto de estádios e aeroportos.

Estudo realizado pelo Promundo em 2009, intitulada “Homens, Mulheres e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, buscando compreender a percepção de homens e mulheres sobre ESCCA mostra que a exploração sexual não é entendida como tal (nem como violência) por muitos entrevistados: 41% dos homens e 46% das mulheres entrevistados no Rio de Janeiro responsabilizam as crianças e adolescentes pelo sexo comercial e acham seu comportamento moralmente condenável. A naturalização do sexo de pessoas adultas com adolescentes, desde que haja envolvimento afetivo, também é um dado preocupante que aparece no estudo.

A partir destes dados, a campanha para a prevenção da ESCCA foi pensada com o objetivo de desnaturalizar comportamentos que legitimam essa violência e também para convocar a sociedade, em especial outros homens, à influenciar seus pares à prevenir a exploração sexual contra crianças e adolescentes.

“A campanha pretende desconstruir mitos que estão enraizados, que desculpabilizam práticas violentas e criminosas que são normalizadas por parte da população, e que violam os direitos humanos de meninos e meninas por todo o país. Por isso, estamos ocupando o momento de visibilidade nacional e internacional que a Copa do Mundo no Brasil traz, e achamos que este evento pode e deve deixar um legado de prevenção a essa violação”, explica Tatiana Moura, Diretora Executiva do Instituto Promundo.


Redação Instituto Promundo - 28/5/2014

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