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São Paulo – O Banco do Brasil divulgou aos funcionários boletim contendo as propostas da empresa para a Cassi, apresentadas durante reunião de negociação com os representantes dos trabalhadores, na terça-feira 19, em Brasília. A diretora do Sindicato e membro do Conselho de Usuários da Cassi, Silvia Muto, aponta contradições e informações incorretas na nota, assinada pelo diretor de Relações com Funcionários e Entidades Patrocinadas da Cassi, Carlos Neri.
Segundo Silvia, logo no início do texto afirma-se que as medidas propostas pelo banco preservam a solidariedade do plano. “Não é bem assim. Quando o BB propõe que os funcionários rateiem eventuais déficits de acordo com o número de dependentes e idades, já está ameaçando o princípio de solidariedade, segundo o qual todos os usuários pagam o mesmo percentual de seus salários.”
> Proposta do BB ameaça solidariedade na Cassi
A dirigente acrescenta que esse princípio é novamente ameaçado ao final da nota, quando se afirma que caso as propostas não sejam aceitas “há duas possibilidades: a contribuição por dependentes e/ou aumento na contribuição pessoal.” Neste caso, de acordo com Silvia, o banco está claramente enunciando a perspectiva de quebra da solidariedade. “Além disso, volta a afirmar que somente os usuários arcarão com déficits.”
Aposentados – A nota apresenta a proposta do banco de transferir R$ 5,8 bilhões, provisionados no balanço do BB como compromisso pós-laboral, para a Cassi, por meio da constituição de um fundo gerido pela entidade com a mesma e exclusiva finalidade: “a de custear gastos em saúde dos aposentados, pensionistas e dos atuais funcionários quando se aposentarem, bem como seus respectivos dependentes.” O BB também se comprometeria a contribuir mensalmente para esse fundo aportando 0,99% sobre os salários dos funcionários da ativa.
O problema, de acordo com a dirigente, é que a nota é enganosa ao afirmar que, dessa forma, a instituição financeira estaria majorando sua contribuição mensal por funcionário da ativa, dos atuais 4,5% para 5,49%. “O BB soma os 4,5% com os 0,99% da proposta, mas esquece que, com a transferência dos R$ 5,8 bi para a Cassi, deixa de recolher mensalmente os 4,5% por aposentado. O valor para garantir a contribuição da aposentadoria sairia do fundo de R$ 5,8 bi somados à rentabilidade da aplicação e ao adiantamento de 0,99% por bancário da ativa. Então é preciso ficar muito atento ao que o banco diz em seu favor, não é bem assim como querem fazer crer.”
Déficit – Outro problema é que a nota informa que, com a criação do fundo, seria possível tirar a Cassi do quadro deficitário em que se encontra e ainda poderiam ser aplicados recursos no Programa de Excelência no Relacionamento, proposta que foi construída pelos eleitos e entidades. “Isso não é verdade, uma vez que o fundo é todo comprometido com os gastos em saúde dos aposentados e os gastos futuros dos trabalhadores da ativa, quando na aposentadoria”, ressalta Silvia Muto.
Silvia destaca ainda trecho no qual o banco lembra que contribui com 50% a mais que os usuários para a Cassi (usuários contribuem com 3% sobre seus salários, enquanto o BB com 4,5% sobre os mesmos salários). “É verdade, mas isso não é generosidade, é obrigação da empresa. A falta de condições de trabalho e a forma de cobrança dos resultados é o principal causador do adoecimento da categoria, nada mais justo que o empregador contribua com mais para a saúde do bancário.” Ela ressalta que a categoria bancária é uma das que mais adoece por LER/Dort e por problemas mentais.
Mobilização e negociação – Silvia chama a atenção para a necessidade de os usuários se informarem sobre a Cassi e o que está sendo discutido e priorizarem os canais de comunicação dos trabalhadores. “No final do boletim o banco afirma que a solução para a Cassi ‘está em nosso mãos’. E está mesmo, porque qualquer alteração proposta pelo BB depende da aceitação do corpo social. E o banco não pode se eximir de sua responsabilidade.” Ela lembra ainda que esta foi a primeira proposta do banco e que os usuários ainda podem melhorá-la por meio da negociação, que continua.
Andréa Ponte Souza – 21/5/2015
Segundo Silvia, logo no início do texto afirma-se que as medidas propostas pelo banco preservam a solidariedade do plano. “Não é bem assim. Quando o BB propõe que os funcionários rateiem eventuais déficits de acordo com o número de dependentes e idades, já está ameaçando o princípio de solidariedade, segundo o qual todos os usuários pagam o mesmo percentual de seus salários.”
> Proposta do BB ameaça solidariedade na Cassi
A dirigente acrescenta que esse princípio é novamente ameaçado ao final da nota, quando se afirma que caso as propostas não sejam aceitas “há duas possibilidades: a contribuição por dependentes e/ou aumento na contribuição pessoal.” Neste caso, de acordo com Silvia, o banco está claramente enunciando a perspectiva de quebra da solidariedade. “Além disso, volta a afirmar que somente os usuários arcarão com déficits.”
Aposentados – A nota apresenta a proposta do banco de transferir R$ 5,8 bilhões, provisionados no balanço do BB como compromisso pós-laboral, para a Cassi, por meio da constituição de um fundo gerido pela entidade com a mesma e exclusiva finalidade: “a de custear gastos em saúde dos aposentados, pensionistas e dos atuais funcionários quando se aposentarem, bem como seus respectivos dependentes.” O BB também se comprometeria a contribuir mensalmente para esse fundo aportando 0,99% sobre os salários dos funcionários da ativa.
O problema, de acordo com a dirigente, é que a nota é enganosa ao afirmar que, dessa forma, a instituição financeira estaria majorando sua contribuição mensal por funcionário da ativa, dos atuais 4,5% para 5,49%. “O BB soma os 4,5% com os 0,99% da proposta, mas esquece que, com a transferência dos R$ 5,8 bi para a Cassi, deixa de recolher mensalmente os 4,5% por aposentado. O valor para garantir a contribuição da aposentadoria sairia do fundo de R$ 5,8 bi somados à rentabilidade da aplicação e ao adiantamento de 0,99% por bancário da ativa. Então é preciso ficar muito atento ao que o banco diz em seu favor, não é bem assim como querem fazer crer.”
Déficit – Outro problema é que a nota informa que, com a criação do fundo, seria possível tirar a Cassi do quadro deficitário em que se encontra e ainda poderiam ser aplicados recursos no Programa de Excelência no Relacionamento, proposta que foi construída pelos eleitos e entidades. “Isso não é verdade, uma vez que o fundo é todo comprometido com os gastos em saúde dos aposentados e os gastos futuros dos trabalhadores da ativa, quando na aposentadoria”, ressalta Silvia Muto.
Silvia destaca ainda trecho no qual o banco lembra que contribui com 50% a mais que os usuários para a Cassi (usuários contribuem com 3% sobre seus salários, enquanto o BB com 4,5% sobre os mesmos salários). “É verdade, mas isso não é generosidade, é obrigação da empresa. A falta de condições de trabalho e a forma de cobrança dos resultados é o principal causador do adoecimento da categoria, nada mais justo que o empregador contribua com mais para a saúde do bancário.” Ela ressalta que a categoria bancária é uma das que mais adoece por LER/Dort e por problemas mentais.
Mobilização e negociação – Silvia chama a atenção para a necessidade de os usuários se informarem sobre a Cassi e o que está sendo discutido e priorizarem os canais de comunicação dos trabalhadores. “No final do boletim o banco afirma que a solução para a Cassi ‘está em nosso mãos’. E está mesmo, porque qualquer alteração proposta pelo BB depende da aceitação do corpo social. E o banco não pode se eximir de sua responsabilidade.” Ela lembra ainda que esta foi a primeira proposta do banco e que os usuários ainda podem melhorá-la por meio da negociação, que continua.
Andréa Ponte Souza – 21/5/2015