Os motoristas e cobradores das cidades de Guarulhos e Arujá, na região metropolitana de São Paulo, anunciaram paralisação geral do transporte público coletivo a partir da meia-noite desta sexta-feira 10. A decisão foi aprovada em Assembleia Geral dos trabalhadores e trabalhadoras que lotou a rua da sede do Sincoverg (Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários no Transporte de Passageiros, Urbano, Suburbano, Metropolitano, Intermunicipal e Cargas Próprias de Guarulhos e Arujá em São Paulo) na segunda-feira 6.
A categoria, que está em campanha salarial, decidiu parar porque a negociação da pauta de reivindicações não avançou. O Sincoverg já realizou duas rodadas de negociação com a Guaruset (Sindicato Patronal das Empresas de Transporte de Guarulhos e Arujá), mas os empresários insistem em uma proposta prejudicial aos trabalhadores. Querem reajustar os salários com percentuais menores do que a inflação acumulada no período, criar um banco de horas e acabar com a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e com um salário a mais para a categoria. Este último, se retirado, vai “tirar comida da boca dos filhos dos trabalhadores”, de acordo com a direção do Sincoverg.
O Sincoverg representa cerca de 12 mil motoristas e cobradores no sistema de transporte coletivo de Guarulhos e Arujá.
“Os empresários deram às costas às trabalhadoras e trabalhadores e, por tabela, aos cidadãos que utilizam os coletivos. Mais uma vez querem colocar a culpa no trabalhador, como se nós fôssemos os responsáveis pela falta de gerenciamento das empresas”, destaca nota da direção do sindicato dos trabalhadores que informa a população sobre a paralisação.
Carteira Verde e Amarela
Ainda na nota, o Sincoverg chama atenção para o fato de que os empresários querem adotar a proposta do governo de Jair Bolsonaro (PSL) da “nova carteira de trabalho verde e amarela”, que reduz direitos, como o 13º salário, férias remuneradas, PLR, entre outros. “Parece que os empresários das empresas de ônibus querem antecipar isso e já começam a tentar cortar os nossos direitos”.
A orientação do sindicato é que os motoristas e cobradores permaneçam em greve nesta sexta-feira 10 até que as empresas apresentem uma contraproposta econômica e social decente.
Pauta de Reivindicações e apoio
A Guaruset ofereceu somente 0,3% de reajuste salarial, índice muito abaixo da inflação do período da data-base dos trabalhadores (1º de maio), que é de 3,86%. O sindicato luta pela reposição integral da inflação e mais 5% de aumento real.
Outras reivindicações são o pagamento de uma PLR no valor de um salário nominal do motorista; vale-refeição no valor de R$ 27,00 (cada um); auxílio creche no valor de 20% do salário do trabalhador para cada filho até 6 anos de idade e a proibição da terceirização em qualquer função da categoria.
A CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística), filiada à CUT, manifesta apoio à luta do Sincoverg e dos motoristas e cobradores de Guarulhos e Arujá. “Só a luta nos garante”, enaltece.
