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Chapéu
Clube de Vantagens

Concorra a cinco exemplares do livro Viela Ensanguentada, de Wesley Barbosa

Imagem Destaque
Fotografia do escritor Wesley Barbosa, acompanhada do livro Viela Ensanguentada e do logotipo do Clube de Vantagens

Os associados e associadas do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região podem concorrer a cinco exemplares do livro Viela Ensanguentada, romance de estreia de Wesley Barbosa.  

Para concorrer a um dos cinco exemplares que serão sorteados, basta entrar no post do Instagram (@spbancarios) com o sorteio e comentar "EU QUERO". O sorteio será realizado na sexta-feira, 26 de maio, e os ganhadores serão contactados pelo Sindicato

É importante lembrar que apenas associados e associadas ao Sindicato podem participar do sorteio. Após a realização do mesmo, a equipe do Sindicato irá apurar se o sorteado é de fato sindicalizado. Caso seja sorteado um não associado, este será desconsiderado e ocorrerá novo sorteio do exemplar.  

O associado do Sindicato que não for contemplado no sorteio ainda tem a chance de adquirir o livro Viela Ensanguentada diretamente com o autor, com 10% de desconto, entrando em contato através do Instagram @barbosaescritor.

Wesley Barbosa

O autor de Viela Ensanguentada, Wesley Barbosa, é cria de Itapecerica da Serra, cidade que faz divisa com São Paulo. 

Além do romance Viela Ensanguentada, Wesley já lançou outros cinco livros: O diabo na mesa dos fundos; Parágrafos Fúnebres; Relato de um desgraçado sem endereço; e o mais recente, Pode me Chamar de Fernando. 

Filho de mãe diarista, que criou quatro filhos sozinha, sem opções de lazer no bairro em que vivia, na infância Wesley encontrou na biblioteca pública um local em que podia esquecer da realidade em que vivia. 

O autor, que já trabalhou nos mais variados empregos, desde pedreiro até vendedor de água em semáforos, vive hoje exclusivamente do seu trabalho como escritor. Suas obras são permeadas por suas experiências de vida e pelo repertório que adquiriu com muita leitura. 

Para viver de literatura, Wesley foi para a batalha nas ruas de São Paulo e na internet. Percorrendo bares, feiras literárias, conversando com pessoas nas ruas sobre seus livros, além da divulgação do seu trabalho nas redes, o autor já vendeu por conta própria mais de 10 mil exemplares das suas obras. 

Confira abaixo uma breve entrevista com Wesley Barbosa, autor de Viela Ensanguentada. 

  • Como surgiu o seu gosto pela literatura?

Sou filho de mãe diarista e em casa ninguém me incentivou a ler livros. O necessário era trabalhar para sobreviver, mas um dia, na biblioteca da escola, esbarrei com uma adaptação para jovens do livro A odisseia, de Homero, e me apaixonei pela história. Fiquei durante algumas semanas andando com o livro para lá e para cá. Depois, quando concluí a leitura, envolvido com os personagens, tornei-me um devorador de palavras: eu lia de tudo o que encontrava pela frente — de Lima Barreto a Dostoiévski. Como não havia quase nenhum lugar de lazer no bairro, agora eu via a biblioteca pública como um local familiar, onde poderia esquecer aquela realidade. Hoje sou grato aos livros, à literatura e aos escritores que me acompanharam e me acompanham nessa trajetória literária, porque não era nem para eu ter me tornado um leitor, quanto mais um escritor!

  • Viela Ensanguentada é o seu primeiro romance. O gênero representou um desafio maior para você como escritor?

Tudo o que escrevo, desde o meu primeiro livro de contos O diabo na mesa dos fundos, é um ensaio para outro trabalho. Por exemplo, quando o coronavírus se espalhou por todo o mundo, escrevi uma história intitulada Parágrafos Fúnebres — o relato sobre um homem em cárcere durante a pandemia. Este livro,  que poderia ser muito bem um folhetim, era uma história  grande em comparação aos contos do livro anterior. Depois escrevi Relato de um desgraçado sem endereço fixo, no mesmo formato de Parágrafos fúnebres. Então, ano passado, me veio um título: Viela ensanguentada. Comecei a escrever a história e, em um dia, eu já havia escrito dez páginas! Achei que se encerrava ali e teria o mesmo formato de bolso dos dois livros anteriores, mas algo me excitou a continuar elaborando e a criar novos personagens. Eu não achei difícil escrever este livro, que, além de ser um microcosmo periférico, é uma declaração de amor à literatura. Concluí a história em dez dias. E, desde que o livro veio a lume, toda semana alguém me escreve dizendo que gostou do meu personagem e do enredo. E eu sempre digo que este livro é um ensaio para a história seguinte.

  • Nas suas obras, os personagens apresentam traços em comum como, por exemplo, o amor pela literatura. Quanto do Wesley está presente nos seus personagens, em especial no Mariano, de Viela ensanguentada?

Eu não ousaria dizer como Flaubert disse sobre a Emma Bovary ser ele, porque não quero que isso soe como uma comparação, mas sei que os personagens do livro são produtos de tudo aquilo que penso e reflito enquanto individuo. Então eu sou a Dandara que incentiva o protagonista a ler Conceição Evaristo e Carolina Maria de Jesus, sou o Chocolate, melhor amigo de Mariano, a mãe de Santo Matilde, porque com ela quero evocar a questão do candomblé, sempre presente na quebrada. Enfim, o livro tem alguns elementos da minha vida pessoal, pois morei em muitas vielas, já vi pessoas mortas na rua, vivenciei quase todos os perrengues do meu herói: fui criado por mãe solteira, não conheço meu pai e na infância a fome já se sentou ao meu lado na mesa do almoço e da janta. Mas, tal como Mariano, sempre me senti inclinado a continuar caminhando ao lado da literatura e da cultura.

  • Você pode contar um pouco de como foi a decisão de vender seus livros por conta própria e, posteriormente, de abrir a própria editora?  

Barraco Editorial é o nome da editora que criei — ainda estou desenvolvendo sua identidade — mas eu dei este nome porque já morei em um barraco, onde li muitos livros e escrevi algumas de minhas histórias. Eu quis trazer a minha origem. Essa ideia, de abrir a própria editora, se deu pela dificuldade de conseguir quem me publicasse futuramente. As vendas que faço em feiras, ou pela internet, me permitem viver do dinheiro que ganho com os livros. Eu gosto de olhar nos olhos dos leitores e quero estar presente onde minhas histórias surgem: do caos e da vida. Estou nesse movimento, de vender os livros de mão em mão, desde 2016; e agora pela Internet consigo enviar para todo o Brasil. É só me procurar lá no instagram @barbosaescritor e me solicitar um exemplar, que vai com a dedicatória.

  • Por fim, você pode deixar uma mensagem para jovens que hoje também sonham em viver da literatura?

Devorem os livros!

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