Pular para o conteúdo principal

BC apontou lavagem de dinheiro no Cruzeiro do Sul

Linha fina
Autoridade monetária do país comunicou irregularidades à Justiça e há dois anos recomendou punição
Imagem Destaque

São Paulo - Um fundo de investimento criado em 2001 pode ter sido usado pelo banco Cruzeiro do Sul para lavagem de dinheiro. A informação foi repassada há dois anos à Justiça pelo Banco Central, que pediu punição à instituição por ter deixado de informar a movimentação atípica de dinheiro ao Coaf, órgão de inteligência da Fazenda. Segundo o BC, o Cruzeiro do Sul havia se tornado uma “grande lavanderia de dinheiro das mais diversas origens e de forma premeditada”.

> Sindicato reúne-se com gestor do Cruzeiro do Sul dia 14

O dinheiro era movimentado por intermédio do Clube Alta Liquidez. Numa fiscalização de rotina, o BC apontou que havia cotistas sem condições financeiras para fazer as aplicações registradas.

Para a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, que na quinta-feira 13 reúne-se com o Fundo Garantidor de Crédito – responsável pelo banco desde a intervenção –, é preciso que se investigue as denúncias de irregularidades supostamente cometidas pelos gestores do Cruzeiro do Sul. “E se forem comprovadas, que os culpados sejam punidos. Não podemos deixar que os funcionários paguem pelo erro de uma má administração”, afirma a dirigente.

Lavanderia – De acordo com documento do Banco Central, o fundo do Cruzeiro do Sul teria sido foi constituído “com o objetivo claro de acobertar movimentação financeira de interesse de terceiros, visando lavagem/branqueamento de dinheiro”. A conclusão deve-se ao fato de que a maior parte do dinheiro não era investida no mercado financeiro, mas transferida para contas de pessoas físicas e a quatro agências de viagens. Houve, conforme aponta o BC, “flagrante centralização de todos os negócios nas mãos dos diretores-executivos Luís Octávio e Luís Felippe Índio da Costa”, além da ausência de procedimentos formais para prevenir lavagem de dinheiro. 

O Cruzeiro do Sul tenta anular judicialmente a cobrança de multa de R$ 200 mil aplicada pelo BC no caso de infração considerada grave no mercado financeiro. O processo está no Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª região.


Redação, com informações da Folha de S.Paulo - 12/6/2012

seja socio