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Sindicato cobra anistia das faltas por protestos

Linha fina
Em negociação, dirigentes sindicais voltam a criticar o novo plano de funções imposto pela direção do BB
Imagem Destaque

São Paulo – As faltas em virtude dos dias nacionais de luta, o novo plano de funções imposto pelo banco e a instrução normativa 383, sobre controle disciplinar, foram alguns dos temas centrais debatidos entre a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil e a direção da instituição financeira. A negociação ocorreu na quarta-feira 19, em Brasília.

Para as faltas dos dias nacionais e locais de luta contra a implantação do plano de funções, os dirigentes sindicais reivindicaram a revisão das classificações que o banco assinalou como: não abonadas, não justificadas. “A direção da empresa sabe que elas ocorreram por divergências entre o funcionalismo e a mudança implantada por ela. Vamos entrar na campanha nacional 2013 e as alterações no plano de funções serão pilares nas nossas mesas específicas. Seria sinalização importante, tanto para o banco quanto para os bancários, termos anistia dessas faltas do primeiro semestre para termos negociações mais produtivas e que apontem soluções para os conflitos entre a empresa e os trabalhadores", reivindicou o coordenador da comissão de empresa, William Mendes. O banco ficou de analisar a reivindicação e dará a resposta à Contraf-CUT posteriormente.

Plano de funções - Os representantes dos trabalhadores apresentaram os principais problemas e prejuízos causados com a implantação do novo plano de funções, entre eles a redução salarial em 16,25% nos Valores de Referência das funções de seis horas criadas pelo banco. Essa medida, de acordo com dirigentes sindicais, afetará a todos os trabalhadores pelo fato de haver redução em até 75% nas gratificações, tanto nas funções de seis horas quanto nas de oito horas, além de não permitir que os bancários tenham ganhos nas verbas pessoais. “O banco se comprometeu, na campanha do ano passado, em implantar a jornada correta de seis horas nas funções comissionadas. No entanto, o que ocorreu foi a alteração unilateral da sistemática da folha de pagamento que vigorava desde os anos 1990, reduzindo a gratificação de função e prejudicando dezenas de milhares de funcionários”, diz o dirigente sindical Cláudio Luis de Souza, acrescentando que a Comissão de Empresa vai insistir nas negociações para que o banco corrija as diversas distorções do plano.

Os representantes do banco informaram que levarão as críticas para análise interna, porém afirmaram que a empresa não tem intenção de negociar o plano de funções.

Centrais clandestinas – Na reunião os representantes do banco afirmaram desconhecer que estão sendo montadas centrais clandestinas para a venda de produtos e que irá averiguar a denúncia. “Chega a ser uma afronta o banco se posicionar dessa forma. Esse problema já foi denunciado, inclusive com paralisações nessas centrais clandestinas. Queremos que essa prática pare definitivamente”, destaca Cláudio Luis.

Instrução 383 – As entidade sindicais criticaram a publicação da instrução normativa 383, a qual trata como “desvio de comportamento” casos em que trabalhadores emitam ou divulguem documentos considerados prejudiciais à imagem do banco. Claudio Luis cita como exemplo a seção 2.1.3 que trata de “procedimento reprovável”, no qual o banco “presume” a culpabilidade aos funcionários sem que haja direito de defesa. “Isso desrespeita inclusive a Constituição Federal de 1988 que assegura às pessoas a presunção de inocência e não de culpa. Por isso reivindicamos que houvesse mudanças na redação do normativo”.

Plano de desligamento de aposentáveis – O banco anunciou que haverá entre 24 de junho e 12 de julho plano de incentivo ao desligamento de “aposentáveis” (PDA). O plano terá como público-alvo os escriturários e caixas que até 31 de maio deste ano já tinham o direito à aposentadoria pela Previdência Social. “Serão cerca de dois mil funcionários que poderão deixar a empresa. Por isso cobramos que a instituição financeira não apenas reponha essa saída, mas que amplie ainda mais o quadro de funcionários para melhorar as condições de trabalho”, relata Claudio Luis, orientando os bancários a refletirem bem sobre a adesão ou não. Aos trabalhadores oriundos de bancos incorporados, como a Nossa Caixa, a orientação é que não façam a adesão e que aguardem até 5 de julho, quando ocorre a divulgação da decisão judicial de Cassi e Previ para todos, para tomar a decisão de entrar ou não ao PDA.

> Justiça define em julho Cassi e Previ para todos

PSO – Os dirigentes sindicais reivindicaram o aumento do número de funcionários da Plataforma de Suporte Operacional e a efetivação de todos os caixas substitutos. O banco ficou de estudar a reivindicação. Ascensão profissional – Os dirigentes sindicais reivindicaram o fim de favorecimentos para ascensão profissional no BB e nas empresas coligadas e controladas como, por exemplo, o BB-DTVM. Eles reivindicaram melhorias no sistema TAO (Talentos e Oportunidades) para que todos tenham igualdade de oportunidades.

Também foi reivindicado que fosse agilizada a convocação dos concursados para o Sesmt (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho).


 Jair Rosa, com informações da Contraf-CUT - 21/6/2013

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