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Artigo

Unidade e participação na defesa da Cassi

Linha fina
Em artigo, ex-diretor eleito William Mendes defende manutenção da solidariedade no sistema e parceria entre trabalhadores da ativa e aposentados com a diretoria do patrocinador para fortalecer a caixa de assistência dos funcionários do BB
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Uma parceria entre trabalhadores da ativa e aposentados com a diretoria do patrocinador que supere uma aparente divisão interna, além da manutenção da solidariedade do sistema. São estas as principais alternativas apontadas por William Mendes, ex-diretor eleito da Cassi, em artigo em defesa da caixa de assistência dos funcionários do BB. Leia abaixo a íntegra do texto:

Unidade e participação na defesa da Cassi

Os trabalhadores do Banco do Brasil construíram ao longo de dois séculos de existência da instituição pública uma história ímpar de lutas unitárias em defesa de direitos civis, políticos e sociais. 

O papel desse segmento social foi tão importante que poderíamos citar participação dessa categoria em quase todas as lutas que geraram direitos do povo brasileiro que vigoraram por décadas, até serem atacados por governos elitistas e contrários ao povo como, por exemplo, esses últimos surgidos após o golpe de Estado perpetrado em 2016.

As associações de classe do início do século vinte que depois se transformariam em sindicatos de trabalhadores da categoria bancária são exemplos de participação sindical dos bancários mais antigos do Brasil. As caixas de previdência (Previ) e de assistência à saúde (Cassi) são exemplos de vanguardismos que viraram referência para os trabalhadores e empresas públicas e privadas brasileiras. Associações atléticas, de aposentados, de pessoas com deficiência e muitas outras fazem parte dessa história da comunidade Banco do Brasil.

Diversas conjunturas e contextos políticos, econômicos e sociais ao longo da história trouxeram desafios enormes para os trabalhadores da ativa e aposentados do Banco do Brasil. As dificuldades foram sendo vencidas ao longo de décadas com muita participação democrática, com discussão de ideias, com urbanidade e tolerância às divergências, com mobilização e construção de consensos e com negociações entre trabalhadores e direção do Banco, independente do governo que está no poder no momento do processo negocial. Um detalhe: é inegável que alguns governos e grupos de poder mais à direita não negociam com trabalhadores.

Vivemos um desses momentos de grandes desafios da comunidade Banco do Brasil. A hora é de fazermos o que mais sabemos fazer em nossa história de lutas: construir unidade em torno de bandeiras centrais para defender nossos direitos e nossas entidades. Para isso é necessário retomarmos ritos básicos que permitam a construção de propostas que unifiquem a comunidade de trabalhadores do BB.

Uma dificuldade precisa ser superada de imediato: a aparente divisão interna entre as diversas forças representativas da comunidade de trabalhadores da ativa e aposentados desta instituição bicentenária. O momento exige que as entidades representativas sejam fortalecidas através de maior participação social e maior pertencimento por parte de associados da Cassi e da Previ nas discussões sindicais e de direitos da categoria bancária, uma das mais antigas, importantes e com histórico de lutas unitárias.

A experiência mais que centenária da comunidade Banco do Brasil nos mostra que é possível vencer o desafio de construir uma solução para reequilibrar a Caixa de Assistência, com a manutenção de direitos e deveres dos associados e do patrocinador, e fortalecer a Cassi para lidar com o desafio de atender ao conjunto dos associados, dependentes e familiares a partir do Sistema de Atenção Integral à Saúde pelas próximas décadas. Na minha opinião, a manutenção da solidariedade no sistema é fundamental.

Mas a solução só virá de forma coletiva, com maior empoderamento e pertencimento por parte dos trabalhadores da ativa e aposentados e também por parte da direção do patrocinador. Essa parceria tem a melhor perspectiva de sucesso e longevidade porque a Cassi é importante para todos. Uma Cassi forte terá melhores condições para enfrentar as dificuldades que já existem na compra de serviços de saúde no mercado da rede prestadora de serviços privados. E entendo que a Cassi pode ser menos dependente do mercado em alguns segmentos de atendimento em saúde, verticalizando um pouco mais.

Entidades representativas e Conselhos de Usuários poderiam e deveriam se reunir mais neste período posterior à última consulta ao corpo social e recomeçar o processo de busca de solução. Democracia é sempre a melhor alternativa de solução pacífica das questões humanas.

Abraços a tod@s,

William Mendes

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