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Apostila do BB desrespeita luta pela democratização

Linha fina
Sindicato realiza manifestação no dia 6 para repudiar atitude do banco; carta será enviada à Presidência da República e à direção do banco
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São Paulo – O que você pensaria de uma instituição pública que publicasse um texto com depreciação e distorção da ação dos movimentos de esquerda durante a ditadura militar? A atitude incomum partiu da direção do Banco do Brasil, que publicou em sua apostila do curso de segurança à distância, um trecho ofensivo às lutas daquele período.

O Sindicato manifesta seu repúdio e pedirá a retirada dos termos publicados com o envio de uma carta à presidenta da República, Dilma Rousseff, e ao secretário-geral da República, Gilberto Carvalho, com cópia para a direção do banco. Na sexta-feira 6 um protesto será realizado na portaria do Complexo São João do BB (Rua São Bento, 465, Centro), a partir das 12h.

> Leia a íntegra da carta enviada à presidenta

Desrespeito – O trecho, citado no item 1.1.2 da apostila, nos Fundamentos Teóricos de Segurança, sob organização da Diretoria de Gestão da Segurança, descreve: “No Brasil, em razão do aumento de assaltos a instituições financeiras, a partir de meados da década de 1960, realizados por terroristas de orientação esquerdista, opositores do regime militar, entre eles o desertor do Exército ex-capitão Carlos Lamarca, e o ex-deputado, com formação em guerrilha e terrorismo na China e em Cuba, Carlos Marighella, autor do tristemente famoso manual do guerrilheiro urbano, tem início a formalização institucional da segurança privada. Várias organizações terroristas assaltavam instituições bancárias e de crédito, agindo de forma violenta, muitas vezes matando guardas, policiais e pessoas inocentes, requerendo medidas especiais de repressão ao delito”.

O diretor executivo do Sindicato Ernesto Izumi aponta que “é inadmissível que uma apostila de um banco público utilize termos que reproduzem uma história equivocada do país referente a um período tão obscuro como o da ditadura, enquanto cidadãos brasileiros lutaram pela democracia”. Para ele, o documento deveria ter sido elaborado para esclarecer funcionários do banco e não desinformar.


Redação – 4/7/2012

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