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Fórum discute condições de trabalho no Santander

Linha fina
Sindicato escancarou os sérios problemas na organização do trabalho e da gestão dentro do Santander e o banco comprometeu-se a responder a todas as reivindicações e situações apresentadas pelos trabalhadores
Imagem Destaque

São Paulo – A falta de funcionários combinado com a cobrança incessante de metas e desrespeito têm aumentado em muito o descontentamento e a desmotivação dos funcionários do Santander.

Esta realidade foi relatada em quatro horas e meia de reunião do Fórum de Saúde e Condições de Trabalho, na quinta 25. “O ambiente de trabalho em muitas agências e diversos departamentos é muito mal avaliado pelos funcionários e o descaso com as condições de trabalho é responsável pelo adoecimento de muitos bancários. Essa realidade, infelizmente, está presente na grande maioria dos locais de trabalho”, afirma a dirigente executiva, Vera Marchioni.

A maneira como a rotina está organizada atualmente atinge também os próprios resultados do banco. “Um trabalhador com a saúde afetada perde as condições necessárias para manter a produtividade”, avalia o dirigente sindical, Marcelo Gonçalves, citando o ranking do Banco Central que sempre coloca o Santander entre os mais reclamados pelos clientes. “Essa forma de se trabalhar se volta também contra ele por isso as condições de trabalho são centrais para nós trabalhadores e temos certeza de que para o futuro do banco”.

Na reunião foram apresentadas propostas concretas pelos bancários, divididas em quatro tema: saúde e condições de trabalho, saúde suplementar, programa de retorno ao trabalho e as Cipas (Comissão Interna de Prevenção a Acidentes).

“Esperamos discutir com brevidade as reivindicações para a solução dos problemas apresentados pelo Sindicato e, com isto, apresentar as respostas e soluções em reuniões do CRT (Comitê de Relações de Trabalho)”, acrescenta Marcelo.

O dirigente avalia a reunião como importante, pois houve a oportunidade de provar que não é mais possível continuar do jeito que está. “Os funcionários merecem e querem tranquilidade e segurança para trabalhar com dignidade e respeito”.

Compromisso - Na reunião, o Santander se comprometeu a apresentar e discutir com o movimento sindical seu programa de reabilitação profissional e a coibir definitivamente a divulgação dos rankings individuais para o cumprimento de metas(veja pauta).

O compromisso é reivindicação apresentada pelo Sindicato para trabalhadores que estão afastados ou retornando. Atualmente não existe política eficiente de readaptação. “O Santander se comprometeu a implementar um programa em consonância com o previsto na cláusula 43 da Convenção Coletiva de Trabalho (clique aqui), mas antes irá discuti-lo com o movimento sindical. Além disso, admitiu que não pode haver divulgação do ranking individual e tampouco metas para estagiários e aprendizes, o que é ilegal”, diz o dirigente.

Reconhecimento – Marcelo destaca que os representantes do banco espanhol reconheceram a existência de problemas no ambiente de trabalho, e que assumiram o compromisso de analisar a pauta com o comprometimento em estudar respostas às reivindicações. “Sempre é possível achar uma solução, basta vontade e disposição para negociar”, afirma Marcelo.

Cipa – A reunião seguinte, ainda sem data para ocorrer, tratará do funcionamento das Cipas. “Em encontros com cipeiros eleitos realizado no Sindicato, inclusive com ex-cipeiros indicados pelo banco, a avaliação é que as Cipas têm sido pouco eficazes e suas decisões não são respeitadas”, diz Marcelo.

Também foram destacadas as pendências das Cipas sobre segurança e condições de trabalho, além de melhorias no ambiente de trabalho, que já foram discutidas em diversas reuniões das Cipas dos Casas 1, 3, Torre, SP1, SP2 e Bráulio Gomes, registradas em ata, mas não respondidas ou implementadas pela empresa.

Assédio moral - Também foi registrada a denúncia de assédio moral praticado por um diretor de rede do banco. E que foi alvo de manifestações do Sindicato no dia 24. "Exigimos providências imediatas do Santander, pois a situação é grave e insustentável", afirma Marcelo.

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 Redação - 29/7/2013
*Atualizada às 18h50 em 29/7/2013

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