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Negociação garante avanços no Santander

Linha fina
Banco sinaliza mudança de postura para valorizar processo negocial para solucionar os conflitos
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São Paulo – A retomada das negociações do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT) foi marcada por avanços em algumas das reivindicações dos bancários, com a direção do Santander se comprometendo em reeditar documento no qual proíbe a cobrança de metas dos caixas e a elaboração de comunicado proibindo a cobrança de metas de estagiários e aprendizes, além de sinalizar que poderá retirar as ações judiciais que move contra os sindicatos em função da realização de protestos por melhores condições de trabalho.

Segundo a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander Maria Rosani a reunião da segunda 29 foi positiva. “O novo representante do Santander afirmou que quer cumprir tudo o que for acordado com os trabalhadores”.

A proibição da cobrança de metas pelos caixas, por exemplo, lembra a dirigente sindical, consta da pauta de reivindicações gerais entregue pelo Comando Nacional dos Bancários à federação dos bancos (Fenaban). “A reedição do comunicado proibindo essa prática é fundamental para que o caixa possa desempenhar suas funções com mais segurança. Não é possível a esse trabalhador dar bom atendimento aos clientes e ainda ter meta para oferecer produtos”, afirma Rosani.

Ainda em relação às metas, o banco afirmou que gestores que as cobram de estagiários e aprendizes está na contramão do que defende a empresa. Nesse caso, a instituição financeira afirmou que estuda a elaboração de documento com essa orientação a ser passado à rede.

Defesa do emprego – Na CRT os dirigentes sindicais voltaram a criticar as demissões. Apenas no primeiro trimestre deste ano ocorreu a redução de cerca de 500 postos de trabalho.

“Se o novo presidente do banco defende que o fundamental é o cliente, então tem de oferecer melhores condições de trabalho aos funcionários. Quem é responsável pela maior fatia do lucro global do Santander, os trabalhadores brasileiros, tem de ser valorizado”, afirma a diretora executiva do Sindicato Rita Berlofa.

Reestruturação - Na CRT o banco negou que a reestruturação esteja focada em demitir trabalhadores e se comprometeu em apresentar o que está sendo colocado em prática na negociação marcada para a sexta 2. “Deixamos claro que faltam trabalhadores nas agências e que o redimensionamento das funções, com a extinção de cargos de coordenador tem sobrecarregado funcionários.”

SantanderPrevi – Os trabalhadores reivindicaram a retomada do grupo de trabalho para discutir o SantanderPrevi. “Até então o banco afirmava que não havia espaço para discutir previdência complementar, mas como agora este tema passou para a responsabilidade do Recursos Humanos será possível abordá-lo”, afirma Rosani. O banco ficou de se posicionar sobre o tema no prazo de 15 dias.

Call Center – Na negociação, o banco acatou a reivindicação do Sindicato e afirmou que irá escalonar tanto a pausa de 10 minutos para descanso quanto a de 20 minutos para refeição dentro da jornada de seis horas dos funcionários. Além disso, que as idas ao banheiro serão livres e não poderão ser descontadas das pausas de descanso. “Há gestores que fazem com que os bancários utilizassem os 10 minutos de descanso para ir ao banheiro. Isso é uma aberração que tem de acabar”, acrescenta Rosani.

Respeito ao acordo – Os dirigentes denunciaram que o banco está desrespeitando a cláusula 27 do acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho a qual estabelece: “O Santander realizará adiantamento salarial proporcional ao período entre a alta do INSS e o resultado da perícia do primeiro Pedido de Prorrogação para os funcionários que optarem por ingressar com este recurso perante o INSS” e ainda “Os funcionários considerados inaptos pelo médico do trabalho do banco em exame de retorno serão reencaminhados ao INSS e permanecerão recebendo os seus salários até a realização da perícia, justificando o ponto eletrônico como extensão do benefício previdenciário anterior. Em caso de reconhecimento pelo INSS os salários pagos serão considerados como adiantamento.”

Para essa questão o banco afirmou que voltará a aplicar o que estabelece o aditivo.

Outras reivindicações – Os integrantes da COE voltaram a reivindicar a isenção da cobrança de tarifas dos funcionários da ativa e aposentados, como já ocorre na Espanha. Além disso, que as folga no dia de aniversário do trabalhador, a qual é praticada em alguns setores do banco, seja estendida a todos os funcionários.

Os temas relativos à saúde e condições de trabalho também estão sendo debatidos nas negociações do Fórum de Saúde.

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> Fórum discute condições de trabalho com Santander


Jair Rosa - 30/7/2013

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