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Alerta para a saúde na Cidade de Deus

Linha fina
Falecimento de bancários jovens da concentração do Bradesco chama atenção para qualidade de vida dos trabalhadores
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São Paulo – Com sobrecarga de trabalho, medo de demissão e preocupados com as contas a pagar, os bancários da Cidade de Deus podem acabar esquecendo de dar atenção ao que importa: sua saúde. Esse é o diagnóstico da diretora do Sindicato Sandra Regina, que acompanha de perto o cotidiano da concentração do Bradesco, que tem mais de 10 mil trabalhadores, em Osasco.

“De alguns anos pra cá, os bancários estão deixando a saúde de lado ao se preocupar só com a correria do dia a dia. Com isso, muitos não fazem check ups periódicos para saber como realmente estão”, afirma a dirigente.

“Stress e irritação, muitas vezes fruto de assédio moral, vão deixando cada vez mais os bancários doentes, sem que nem mesmo se deem conta. É preciso ver que o mais importante é a saúde”, reforça Sandra.

Desde o início de julho, o Sindicato vem realizando atividades contra demissões e más condições de trabalho na Cidade de Deus. De março de 2013 a março deste ano, foram cortados 3,25 mil postos de trabalho no Bradesco. A falta de funcionários acarreta acúmulo de serviço e piora as relações entre colegas.

“A organização sindical faz sua parte ao reivindicar mais contratações, fim do assédio moral e melhores condições de trabalho e remuneração. Os trabalhadores devem denunciar abusos e coações para nos ajudar nisso. Devem também lembrar que mais importante que o banco é sua vida, sua família”, orienta.

Mortes – Quatro bancários da Cidade de Deus, que tinham entre 35 e 47 anos, faleceram em apenas semana. Três em casa, todos de infarto ou aneurisma cerebral.

“Não sabemos se já tinham histórico de problema de saúde, se eles se cuidavam periodicamente, se a causa foi o stress do trabalho ou não. Só temos certeza de que eram trabalhadores e pais de família”, ressalta Sandra.

Dois trabalhavam no Departamento de Serviços Centralizados (DSC), um era do Departamento de Controle Operacional (DCO) e outro do Departamento de Organizações e Método (O&M).

De acordo com a dirigente, o Sindicato vai investigar se essas mortes estão ligadas à organização do trabalho desses bancários: “Para as famílias, nossa solidariedade e pesar por essas perdas”, lamenta.

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Mariana Castro Alves – 23/7/2014

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