São Paulo – O Bradesco é o único dos grandes bancos no Brasil que não tem uma política definida para a concessão de bolsas de estudo a seus funcionários. “Está em destaque negativo faz muito tempo, pois todos os outros pagam. Alguns até pagam a segunda graduação e cursos de pós”, compara o diretor do Sindicato Thiago Vinicius Lopes.
Essa dívida com os trabalhadores é motivo de inúmeras queixas. “Causa muita reclamação e indignação entre os funcionários porque eles querem se graduar ou se especializar para atuar melhor no mercado, mas não contam com a ajuda da instituição para a qual trabalham”, critica o dirigente, acrescentando que o auxílio-educação é uma das reivindicações da Campanha de Valorização dos Funcionários, cujo tema deste ano faz alusão à propaganda do banco. “Eles dizem que são BRA, mas BRA mesmo é valorizar funcionários e clientes.”
Thiago lembra que alguns até são “presenteados” com cursos de MBA, mas são poucos os escolhidos. “Nada contra. A questão é que milhares de outros trabalhadores também gostariam de ter acesso e não sabem nem quem é contemplado, pois não há regras nem critérios claros para isso, o que ocorreria se a bolsa estivesse prevista em acordo. E o Bradesco, com lucros sempre crescentes, tem todas as condições para isso.”
O banco teve lucro líquido de R$ 4,8 bilhões apenas nos primeiros três meses de 2015, resultado 23,1% maior que o do mesmo período de 2014.
“Um banco que lucra tanto e que tanto valoriza a carreira fechada deveria investir mais, pois com certeza terá trabalhadores muito mais qualificados em seu quadro funcional. Até quando este destaque negativo permanecerá?”, questiona o dirigente.
Negociação – A reunião de negociação com o banco, pré-agendada para quarta 29, será remarcada. O Sindicato informará por seus canais de comunicação assim que a data for acertada.
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Andréa Ponte Souza – 27/7/2015
