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Mantenha acesa a chama do emprego

Linha fina
Bradesco gasta uma fortuna como patrocinador da Olimpíada, mas corta postos de trabalho, sobrecarregando bancários e prejudicando atendimento à população; firme na luta, Sindicato protesta durante passagem da tocha na Cidade de Deus
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São Paulo – Para ser o único banco a patrocinar os Jogos Olímpicos Rio 2016, o Bradesco desembolsou R$ 300 milhões. Junto com a Coca Cola e a Nissan, destinou mais R$ 500 milhões para a peregrinação da tocha olímpica pelo país. Os dados são da agência de notícias Bloomberg, e não correspondem necessariamente ao total de gastos do banco com a Olimpíada, que não foi divulgado.

Diante de um lucro de R$ 17,873 bilhões em 2015 – o segundo maior na história das instituições financeiras no Brasil – e de R$ R$ 4,113 bi apenas no primeiro trimestre deste ano, o volume destinado pelo Bradesco ao marketing da Olimpíada pode até ser justificável, não fosse outra informação fundamental: entre março de 2015 e março de 2016, essa empresa tão lucrativa extinguiu 3.581 empregos bancários, sendo 1.466 apenas no primeiro trimestre deste ano. Com esses números, o Bradesco foi, dentre os maiores banco no país, o que mais eliminou vagas.

“É uma enorme contradição! Gasta uma fortuna para associar sua marca aos Jogos Olímpicos e, por outro lado, deixa milhares de pais e mães de família sem emprego. Grande parte deles com anos de dedicação ao banco, descartados sem qualquer consideração”, denuncia a diretora executiva do Sindicato e funcionária do Bradesco Neiva Ribeiro.

Diante dessa política de corte de postos de trabalho, o Sindicato vem realizando uma série de protestos. E fará outro na tarde desta quinta-feira, quando a tocha olímpica visita a Cidade de Deus, matriz do banco, em Osasco.

“Não poderíamos deixar de nos manifestar justamente neste momento. Vamos denunciar à população o absurdo que é gastar milhões com propaganda e promover desemprego no Brasil, agravando a crise econômica pela qual estamos passando”, diz a dirigente.

Sobrecarregados e com medo – Neiva destaca ainda que, com a falta de pessoal, as condições de trabalho em agências e departamentos do Bradesco são precarizadas. “Os bancários estão sobrecarregados, tendo de realizar tarefas de colegas que foram demitidos. E estão com medo de serem os próximos. Eles constantemente nos procuram para reclamar das jornadas exaustivas e da pressão por que estão passando. Imagina o que é ir trabalhar sem a certeza de que continuará no emprego no final do dia!”

A dirigente ressalta que o desrespeito com que trata seus funcionários, responsáveis pelos excelentes resultados do banco, se estende a clientes e usuários, já que a falta de pessoal prejudica o atendimento. “Vamos continuar lembrando à população que os bancos são concessões públicas e, como tais, têm de prestar bons serviços à sociedade. Estamos iniciando mais uma campanha nacional dos bancários e a luta pela manutenção dos empregos, no Bradesco e no setor como um todo, será uma das nossas principais bandeiras. O Bradesco é o segundo maior banco do país e tem total condição de, ao invés de eliminar empregos, contratar mais e valorizar seus funcionários.”

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Andréa Ponte Souza – 21/7/2016
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