O Santander obteve lucro líquido gerencial de R$ 4,084 bilhões no segundo trimestre de 2022, uma redução de 2,1% em relação ao mesmo período de 2021 e aumento de 2% no trimestre. O lucro acumulado no semestre foi de R$ 8,089 bilhões, o que representou um decréscimo de 0,5% em comparação aos seis primeiros meses de 2021.
O lucro obtido na unidade brasileira do banco espanhol representou 27,9% (€ 1,365 bilhão) do lucro global, que foi de € 4,894 bilhões, este último com alta de 16% em doze meses.
O Índice de Inadimplência Total superior a 90 dias, incluindo Pessoa Física e Pessoa Jurídica, ficou em 2,9%, com aumento de 0,7 ponto percentual em comparação ao primeiro semestre de 2021. Já as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) foram incrementadas em 54,6%, e totalizaram R$ 10,9 bilhões em junho de 2022.
“A redução do lucro, o aumento da inadimplência e o aumento da PDD é resultado da política do atual governo e do próprio Santander. Uma política caracterizada pela desigualdade social, pela demissão, pela terceirização, pela precarização do emprego com redução salarial e pelos juros e tarifas extorsivos. Tudo isto aprofunda a pobreza e a exclusão dos mais pobres. Ou seja, é reflexo de uma economia que está estagnada, associada a alta inflação que penaliza parcelas importantes da sociedade. A questão é: de que lado o Santander vai se posicionar nas próximas eleições?”
Lucimara Malaquias, diretora executiva do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados do Santander
A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias reduziu 0,6% em doze meses, totalizando R$ 9,5 bilhões. As despesas de pessoal mais PLR cresceram 10,3% no ano, somando R$ 4,9 bilhões. Assim, em junho de 2022, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 194,5%.
Santander fecha agências e postos de trabalho no trimestre
A holding encerrou o primeiro semestre de 2022 com 48.406 empregados, com abertura de 1.980 postos de trabalho em doze meses. Mas no segundo trimestre de 2022 foram encerrados 684 postos de trabalho.
Em cinco anos, do primeiro semestre de 2016 ao primeiro semestre de 2022, a média de clientes por funcionário cresceu de 682,9 para 1.158. No período houve aumento de 68% no número de clientes e redução de 1% no número de funcionários.
O Santander ainda fechou 327 agências e 105 postos de atendimento bancários em doze meses encerrados em junho de 2022, sendo 49 agências e 23 PAB’s fechados apenas no segundo trimestre de 2022.
“A contrapartida social com geração de empregos e distribuição adequada dos lucros tem sido pauta permanente do movimento sindical, e apostar na via contrária tem se mostrado contraproducente”, afirma Lucimara Malaquias.