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São Paulo – Contra os ajustes fiscais, mas também contra o golpe. Por direitos sociais, mas também em defesa da democracia. Essas são as bandeiras que os movimentos sindical e sociais do campo e da cidade levarão às ruas de São Paulo, no dia 20 de agosto. A manifestação está prevista para a partir das 17h, no Largo da Batata, bairro de Pinheiros, zona oeste da capital paulista.
Na sexta-feira 7, no auditório da Apeoesp (o sindicato que representa os professores da rede pública estadual de ensino), as organizações que compõem o Fórum dos Movimentos Sociais de São Paulo definiram a realização de atos e marchas para os dias que antecederão o ato do dia 20.
Para o representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, o cenário brasileiro enfrenta três diferentes crises: econômica, de investimento público e política – e um dos caminhos é a reforma do sistema político. "A cada eleição teremos uma operação lava-jato se não mudarmos este sistema. Isso só mudará se houver uma reforma política drástica, que acabe com o financiamento privado das campanhas, que recupere a fidelidade partidária e o sentido dos partidos", pontuou.
Deputada estadual pelo PCdoB, Leci Brandão defendeu medida igual. "A reforma política é necessária para que estejamos no poder, porque nós não estamos lá. Quando houver financiamento público de campanha é que ocuparemos os espaços e teremos a representatividade, sejamos nós movimentos sociais, negros e mulheres", disse.
Durante o encontro, os movimentos aprovaram a carta O povo de São Paulo é contra o golpe (íntegra abaixo), na qual repudiam a ameaça de trapaça política da direita brasileira, atrelada ao imperialismo, que tenta desestabilizar o governo federal, abrindo caminho para o impeachment de Dilma Rousseff. No documento, as organizações apontam que o conservadorismo tem como berço o estado de São Paulo, liderado pelo PSDB há mais de 20 anos.
Stédile avalia que os setores mais favorecidos do país também enfrentam problemas e, num cenário de acirramento, estão divididos. "Uma parte está apavorada e levando dinheiro pro exterior. Outra anuncia um programa para sair da crise, que é o realinhamento da nossa economia aos EUA, a volta ao Estado mínimo, com cortes de gastos sociais. E uma terceira proposta é cortar os direitos dos trabalhadores".
Golpe agora? - Ao falar sobre a atual cena política nacional, Stédile destacou que é preciso sim pressionar o governo Dilma, mas à esquerda. "Votamos num programa que não está sendo colocado. O [Joaquim] Levy não nos representa. Quanto mais passa o tempo, mais Dilma vai sendo desacreditada pelas massas. Daí também que a nossa saída é organizar o povo e ir pra rua defender os nossos interesses".
O vice-presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, reforçou durante a plenária que é preciso manter as mobilizações nas ruas, em defesa da democracia. "Nosso estado paulista articula toda a política conservadora, que culmina com a política atrasada de ódio e de ataque à democracia brasileira e não aceitamos isso. Nossa resposta se dará nas ruas, no dia 20".
Na sexta-feira 7, no auditório da Apeoesp (o sindicato que representa os professores da rede pública estadual de ensino), as organizações que compõem o Fórum dos Movimentos Sociais de São Paulo definiram a realização de atos e marchas para os dias que antecederão o ato do dia 20.
Para o representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, o cenário brasileiro enfrenta três diferentes crises: econômica, de investimento público e política – e um dos caminhos é a reforma do sistema político. "A cada eleição teremos uma operação lava-jato se não mudarmos este sistema. Isso só mudará se houver uma reforma política drástica, que acabe com o financiamento privado das campanhas, que recupere a fidelidade partidária e o sentido dos partidos", pontuou.
Deputada estadual pelo PCdoB, Leci Brandão defendeu medida igual. "A reforma política é necessária para que estejamos no poder, porque nós não estamos lá. Quando houver financiamento público de campanha é que ocuparemos os espaços e teremos a representatividade, sejamos nós movimentos sociais, negros e mulheres", disse.
Durante o encontro, os movimentos aprovaram a carta O povo de São Paulo é contra o golpe (íntegra abaixo), na qual repudiam a ameaça de trapaça política da direita brasileira, atrelada ao imperialismo, que tenta desestabilizar o governo federal, abrindo caminho para o impeachment de Dilma Rousseff. No documento, as organizações apontam que o conservadorismo tem como berço o estado de São Paulo, liderado pelo PSDB há mais de 20 anos.
Stédile avalia que os setores mais favorecidos do país também enfrentam problemas e, num cenário de acirramento, estão divididos. "Uma parte está apavorada e levando dinheiro pro exterior. Outra anuncia um programa para sair da crise, que é o realinhamento da nossa economia aos EUA, a volta ao Estado mínimo, com cortes de gastos sociais. E uma terceira proposta é cortar os direitos dos trabalhadores".
Golpe agora? - Ao falar sobre a atual cena política nacional, Stédile destacou que é preciso sim pressionar o governo Dilma, mas à esquerda. "Votamos num programa que não está sendo colocado. O [Joaquim] Levy não nos representa. Quanto mais passa o tempo, mais Dilma vai sendo desacreditada pelas massas. Daí também que a nossa saída é organizar o povo e ir pra rua defender os nossos interesses".
O vice-presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, reforçou durante a plenária que é preciso manter as mobilizações nas ruas, em defesa da democracia. "Nosso estado paulista articula toda a política conservadora, que culmina com a política atrasada de ódio e de ataque à democracia brasileira e não aceitamos isso. Nossa resposta se dará nas ruas, no dia 20".
O povo de São Paulo é contra o golpe
Todos e todas às ruas no dia 20 de agosto
Todos e todas às ruas no dia 20 de agosto
O Fórum dos Movimentos Sociais do Estado de São Paulo se organiza a partir de dezenas de movimentos e entidades, do campo e da cidade, que buscam acompanhar e avaliar a conjuntura, bem como construir um projeto de Estado inclusivo, democrático e popular.
As mais de 50 organizações que compõem esta frente acreditam que a ameaça de golpe da direita brasileira, atrelada ao imperialismo, que nesse momento se organiza a partir de partidos, de parcela importante e significativa da mídia, de grupos de direita conservadora e reacionária, precisa ser barrada nas ruas pelo povo.
Aqui em São Paulo, a direita conservadora e golpista tem expressão forte e se alojou no governo do Estado há mais de 20 anos. Como no projeto tucano e da direita nacional, o governo procura reduzir os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, além de combater os movimentos sociais e qualquer sinal de mobilização.
Além de ter privatizado e de querer privatizar ainda mais o estado, há uma blindagem da mídia paulista e nacional em relação ao PSDB e, principalmente, em relação ao PSDB paulista e ao governador Geraldo Alckmin. Isso tudo mesmo diante dos descasos e descalabros que fazem, como a negação da crise da falta de água, a ausência de políticas habitacionais e a repressão aos movimentos de moradia, sem falar do sistema prisional caótico, comandado em grande parte pelo crime organizado.
Há ainda a falta de segurança para o povo e os desmandos da polícia militar paulista, principalmente em relação à juventude e aos negros, os escândalos de corrupção nas obras como o Rodoanel (do esquecido caso do famoso Paulo Preto) e o cartel do metrô, tema que teve como enfoque a articulação das empresas e não as relações com os governos tucanos há anos.
O governo de São Paulo também se recusa a cooperar com os governos municipais e federal no SUS, na participação de programas de sucesso como o SAMU.
Por fim, a educação em São Paulo não vai bem, em todos os níveis, com o desmonte das escolas, universidades e dos institutos de pesquisa, inclusive de referência nacional. Como marca de sua postura, o governo estadual também não dialoga com os sindicatos que fazem greve e combate as categorias. Um dos maiores exemplos dos últimos tempo foi a desmoralização que fez da luta dos professores e professoras do Estado, inclusive desrespeitando decisões do Judiciário.
Por tudo isso, nós, do Fórum dos Movimentos Sociais do Estado de São Paulo, conclamamos toda a sociedade paulista para se unir nas agendas de lutas: No dia 20 de agosto estaremos nas ruas em defesa da democracia, da Petrobras e do pré sal, por direitos da classe trabalhadora, contra o ajuste fiscal e por uma reforma do sistema político.
Conclamamos a população de São Paulo a participar das mobilizações defendendo um Estado também democrático e que garanta direitos a todos e a todas.
Fórum dos Movimentos Sociais do Estado de São Paulo
São Paulo, 7 de agosto de 2015.
Érica Aragão e Vanessa Ramos, da CUT-SP - 10/8/2015
As mais de 50 organizações que compõem esta frente acreditam que a ameaça de golpe da direita brasileira, atrelada ao imperialismo, que nesse momento se organiza a partir de partidos, de parcela importante e significativa da mídia, de grupos de direita conservadora e reacionária, precisa ser barrada nas ruas pelo povo.
Aqui em São Paulo, a direita conservadora e golpista tem expressão forte e se alojou no governo do Estado há mais de 20 anos. Como no projeto tucano e da direita nacional, o governo procura reduzir os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, além de combater os movimentos sociais e qualquer sinal de mobilização.
Além de ter privatizado e de querer privatizar ainda mais o estado, há uma blindagem da mídia paulista e nacional em relação ao PSDB e, principalmente, em relação ao PSDB paulista e ao governador Geraldo Alckmin. Isso tudo mesmo diante dos descasos e descalabros que fazem, como a negação da crise da falta de água, a ausência de políticas habitacionais e a repressão aos movimentos de moradia, sem falar do sistema prisional caótico, comandado em grande parte pelo crime organizado.
Há ainda a falta de segurança para o povo e os desmandos da polícia militar paulista, principalmente em relação à juventude e aos negros, os escândalos de corrupção nas obras como o Rodoanel (do esquecido caso do famoso Paulo Preto) e o cartel do metrô, tema que teve como enfoque a articulação das empresas e não as relações com os governos tucanos há anos.
O governo de São Paulo também se recusa a cooperar com os governos municipais e federal no SUS, na participação de programas de sucesso como o SAMU.
Por fim, a educação em São Paulo não vai bem, em todos os níveis, com o desmonte das escolas, universidades e dos institutos de pesquisa, inclusive de referência nacional. Como marca de sua postura, o governo estadual também não dialoga com os sindicatos que fazem greve e combate as categorias. Um dos maiores exemplos dos últimos tempo foi a desmoralização que fez da luta dos professores e professoras do Estado, inclusive desrespeitando decisões do Judiciário.
Por tudo isso, nós, do Fórum dos Movimentos Sociais do Estado de São Paulo, conclamamos toda a sociedade paulista para se unir nas agendas de lutas: No dia 20 de agosto estaremos nas ruas em defesa da democracia, da Petrobras e do pré sal, por direitos da classe trabalhadora, contra o ajuste fiscal e por uma reforma do sistema político.
Conclamamos a população de São Paulo a participar das mobilizações defendendo um Estado também democrático e que garanta direitos a todos e a todas.
Fórum dos Movimentos Sociais do Estado de São Paulo
São Paulo, 7 de agosto de 2015.
Érica Aragão e Vanessa Ramos, da CUT-SP - 10/8/2015