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Votação de cassação de Cunha será em setembro

Linha fina
Prevaleceu defesa da base governista, que queria que a decisão sobre o futuro de Cunha ocorresse depois da conclusão do processo de impeachment de Dilma, previsto para dia 26 de agosto
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Brasília – Mesmo com a pressão de adversários, a votação do processo de cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ficará para depois da decisão final do processo de impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff. Por meio de sua assessoria, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), informou que marcou para o dia 12 de setembro a votação do processo contra Cunha no plenário da Casa.

Havia expectativa com a definição da data de votação do processo. Na segunda-feira 8, após pressão de deputados do Psol, Rede, PT, PCdoB, PDT e PPS, Maia disse que marcaria a data nesta quarta-feira 10, após reunir-se com líderes partidários.

Os deputados queriam que a votação ocorresse em meados de agosto. Já os aliados de Cunha defendiam uma data mais alongada, chegando mesmo a apontar como momento mais adequado depois das eleições municipais de outubro.

Com a decisão de Maia, prevaleceu a defesa da base governista do presidente interino Michel Temer, que queria que a decisão sobre o futuro de Cunha, ex-presidente da Câmara, ocorresse depois da conclusão do processo de impeachment de Dilma Rousseff, previsto para o dia 26.

"Isso leva à conclusão de que o Planalto e uma parte da Câmara têm medo de Cunha. É um misto de covardia e conivência. Parecem temer o que ele pode vir a delatar após a sua cassação" , disse Alessandro Molon (Rede-RJ). A Rede foi, junto com o PSOL, um dos partidos que representaram contra Cunha no Conselho de Ética.

Histórico - O processo ficou pronto para decisão antes do recesso de julho. A leitura do parecer emitido e aprovado pelo Conselho de Ética, por 11 votos a favor e 9 contra, foi feita na segunda-feira 8, dando ao caso preferência sobre as demais matérias, mas sem impedir que outros temas sejam analisados.

Cunha é acusado de mentir ao depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em maio de 2015, sobre a existência de contas bancárias de sua propriedade no exterior. Parlamentares que têm acompanhado o andamento do processo, desde que a representação contra o peemedebista foi apresentada, em outubro do ano passado, apostam que a votação do processo em plenário deve ocorrer no dia 30 de agosto.


Iolando Lourenço e Luciano Nascimento, da Agência Brasil publicado - 11/8/2016
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