Com o slogan “Luta, Direitos e Democracia que transformam Vidas”, teve início o 16º Congresso Estadual da CUT São Paulo (Cecut), que elegerá a nova direção da CUT-SP. Serão debatidas ainda estratégias para o período de 2023 a 2027.
No encontro que ocorrerá de 25 a 27 de agosto, em Praia Grande, litoral de São Paulo, também serão eleitos os delegados para o 14º Congresso Nacional da CUT (Concut), que será realizado de 19 a 22 de outubro. O evento se destaca porque a CUT Nacional celebra seus 40 anos de história em 2023.
>16º Cecut discute conjuntura, comunicação e reformas para o país
“É um momento em que fazemos análise da conjuntura nacional, e do que está acontecendo com a classe trabalhadora. E nós, bancários, temos de entender que existem várias outras categorias. E aqui sabemos das demandas de outras categorias, e as outras categorias ficam sabendo das nossas. É um momento de troca. Os trabalhadores e trabalhadoras pautam as questões comuns para fazer as reivindicações, tanto para o patrão, mas principalmente com propostas para o governo, para o país. Que país a classe trabalhadora quer para ela. Por isso é importante os bancários estarem participando”, disse Ivone Silva, presidenta do Instituto Lula e presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo de 2017 a 2023.
Estão inscritos no 16ª Cecut 660 delegados e delegadas, dos diversos ramos cutistas. Serão ao todo 750 participantes, entre inscritos, observadores e convidados.
“Este congresso acontece em um momento de muita responsabilidade para os bancários e para as bancárias, mas também para todos os trabalhadores e trabalhadoras do estado de São Paulo, do campo e da cidade. Porque nós vamos lutar muito por direitos, por democracia e para transformar vidas”, afirmou Aline Molina, presidenta da Fetec-CUT/SP e secretária de Formação do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
“Nós vivemos em um estado abandonado, que só olha para os ricos e para o agronegócio. A comida que chega na nossa mesa é produzida pelo pequeno agricultor, que não tem ajuda no nosso estado. As cidades estão abandonadas, a cidade de São Paulo está abandonada. O estado está tomado pela violência, as escolas estão sucateadas, o SUS está sendo destruído no estado. A gente luta pela nossa categoria, debate o ramo financeiro. Mas, sobretudo, nós queremos mudar essa sociedade e disputar a democracia, porque essa sociedade só será democracia verdadeiramente quando nós tivermos dignidade, quando as pessoas tiverem suas vidas transformadas. E a gente quer uma sociedade justa, igualitária e socialmente responsável”, acrescentou.
“Este congresso está sendo realizado em um momento histórico e muito importante agora que temos a oportunidade de reconstruir a democracia no nosso país, e após um período em que a categoria bancária foi duramente atacada após o golpe de 2016, com a legalização da terceirização, e da aprovação da reforma trabalhista e da reforma da previdência”, afirmou Antônio Netto, dirigente da Fetec-CUT/SP e coordenador do coletivo de dirigentes sindicais do Banco do Brasil do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
“A reunião da CUT para discutir esses temas é de fundamental importância, porque esse projeto de reconstrução envolve também a reconstrução dos nossos direitos, da organização coletiva, do fortalecimento dos sindicatos e da negociação coletiva. Nós vamos discutir as conjunturas internacional, nacional e estadual, o que afeta a classe trabalhadora, vamos fazer um balanço politico e organizativo da CUT, definir nossas estratégias e ações politicas e vamos discutir muito profundamente a organização sindical, e a estrutura organizativa da CUT”, acrescentou.
“Este congresso tem o olhar de organizar os trabalhadores, e não é diferente com os trabalhadores do ramo financeiro, que têm um papel importante dentro da CUT. Nós precisamos pensar não apenas como categoria, não apenas como bancários, mas na organização dos trabalhadores dentro do ramo financeiro. Porque o sistema financeiro se organiza de uma forma a tentar fragmentar a categoria, ressaltou Belmiro Moreira, secretário de comunicação da CUT SP e diretor do Sindicato dos Bancários do ABC.
O 16º Cecut continua no sábado 26, com análise de conjuntura nacional e estadual; balanço político e organizativo da gestão 2019-2023; estratégia para comunicação; debate sobre reforma administrativa, fiscal e tributária; e negociações coletivas diante da terceirização e do desmonte do Estado.
O dia termina com show da banda IRA para comemorar os 40 anos da CUT Brasil.
No domingo 27 será votado plano de lutas e moções e eleita a direção estadual para a gestão 2023-2027.