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Santander: assédio na Regional Cidade Universitária

Linha fina
Sindicato realizou protestos, entrou em contato com banco, mas trabalhadores continuam sendo assediados por gerentes gerais para cumprir metas abusivas
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São Paulo – Cobrança abusiva por metas, humilhações em reuniões e audioconferências, grosserias para quem não consegue atingir as metas, bancários expostos na frente dos colegas. A rotina dos trabalhadores do Santander da Regional SP Cidade Universitária está insuportável. É o que relatam as diversas denúncias feitas por bancários aos dirigentes sindicais.

A diretora do Sindicato Maria Carmen Meireles afirma que o comportamento do superintendente gera tensão entre os trabalhadores. “O resultado é o assédio moral praticado por meio de ameaças constantes de demissão. Para resolver, já entramos em contato com o banco diversas vezes, utilizamos o instrumento de assédio moral, já protestamos, no entanto, nada foi feito para amenizar o clima e acabar com a prática de assédio contra alguns funcionários.”

Segundo Maria Carmen, o número de reclamações contra gerentes gerais dessa regional aumentou expressivamente. “Isso nos leva a crer que alguns reproduzem o modelo de gestão do superintendente. Essa situação gera adoecimento, é um problema muito grave, que preocupa o Sindicato”, conta a dirigente. Em relatos, bancários afirmam que gerentes gerais enviam e-mails informando que quem não bater a meta terá de falar pessoalmente com o regional e que “não será nada bom”.

A meta, antes mensal, agora deve ser batida até final da primeira quinzena, e a pressão aumenta. “Todas as agências fazem reuniões, mas a prática nessa regional, com humilhações e situações constrangedoras para os bancários, é inadequada e desumana”, destaca.

A agência da Praça Isai Leiner, que faz parte da região em questão, foi fechada no dia 9 de agosto em protesto contra assédio exercido pela gerente geral (linkar http://www.spbancarios.com.br/Noticias.aspx?id=5357), que foi reorientada. Mas novas denúncias de assédio já foram feitas e o Sindicato exige providências do banco.

Cláusula 35ª da CCT – Carmen alerta que o Santander está descumprindo a cláusula da Convenção Coletiva de Trabalho sobre a divulgação de ranking. “No monitoramento de resultados, os bancos não devem expor publicamente o ranking individual de seus empregados. É o que diz a cláusula, mas não é a realidade nessas agências”, protesta a dirigente sindical.

Um gerente desabafou com a dirigente sobre a situação cotidiana que enfrenta: “pessoas estão sendo humilhadas, desmotivadas e sofrendo pressões absurdas no Santander. O superintende da Regional SP Cidade Universitária ligou em todas as agências dizendo que se os gerentes de agências não baterem 100% da meta de seguros serão desligados. Foram vários nomes terríveis usados por ele, pessoas ligando umas para as outras aos prantos. Clientes reclamando das longas filas, e, às vezes, o gerente nem almoça, nem vai ao banheiro e nem sequer toma água. Estou indignado com tantos absurdos”.

Em outras denúncias, trabalhadores relatam que são obrigados a comparecer a reuniões duas horas mais cedo que seu horário de expediente para justificar metas que não foram atingidas.

Campanha 2013 – Na rodada de negociação do dia 5, pela Campanha Nacional Unificada 2013, os bancos aceitaram reduzir o prazo de apuração do instrumento de combate ao assédio moral de até 60 para até 45 dias, além de criar um grupo de trabalho para análise das causas dos afastamentos por doença ocupacional no setor. A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, ressaltou que a medida é importante, “mas não resolve um problema primordial da categoria, que são os adoecimentos, a pressão, a cobrança diária por metas”, e as reivindicações por essas melhorias continuarão sendo feitas.


Gisele Coutinho – 6/9/2013
 

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