São Paulo - O trabalho numa agência bancária vai muito além do atendimento aos clientes nas mesas e nos caixas. A validação dos envelopes que são inseridos pelos usuários no autoatendimento é uma dessas atividades que, nos bastidores, são realizadas manualmente.
No Bradesco, a conferência e o processamento desses envelopes estavam sendo feitos por terceirizados, sem os direitos da categoria, com salários mais baixos e condições precárias. Mas, de acordo com comunicado da instituição financeira, esse serviço vai voltar a ser realizado pelos bancários.
“É ótimo que esse trabalho seja internalizado. O Sindicato combate a terceirização, porque ela só traz prejuízos para os trabalhadores, em todos os sentidos”, afirma o dirigente sindical Alexandre Bertazzo.
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Estamos de olho – A boa notícia, entretanto, já suscita questões. Com poucas informações sobre a volta do serviço, os bancários se perguntam se, com a falta de funcionários, a sobrecarga e as horas extras vão aumentar.
Para garantir condições de trabalho e responder a essas perguntas, dirigentes do Sindicato buscaram esclarecimentos.
“Segundo o Bradesco, esse processo será feito gradativamente em todo país. Hoje já existem 1,4 mil agências realizando esse serviço de validação, como projeto-piloto”, diz Bertazzo.
Em resposta ao Sindicato, representante do banco afirmou ainda que, onde houver necessidade de funcionário, haverá um “cartucho” – termo que internamente significa outro “trabalhador” – conforme estudo sobre a média da quantidade de envelopes e o tempo realizado na validação.
“Disseram que haverá adequação de espaço, para garantir o trabalho com segurança. Ainda falaram em recolocação de funcionários dos polos para as agências e também um redimensionamento das carreiras”, informa o diretor do Sindicato, que orienta os trabalhadores a denunciar qualquer problema: “Os dirigentes sindicais estarão acompanhando toda a transição da internalização dos envelopes. E se houver exageros nas cobranças, importante denunciar ao Sindicato, que encaminharemos as questões para exigir correção de qualquer excesso”, garante.
Mariana Castro Alves – 4/9/2014
