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São Paulo - A capital de Minas Gerais se tornou palco de importante luta pelo fortalecimento da democracia no país. Movimentos sociais, centrais sindicais e integrantes de partidos de esquerda realizaram no sábado 5 a Conferência Nacional Popular na sede da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O evento contou com a presença de mais de mais de mil delegados das cinco regiões do Brasil.
Na oportunidade, foi lançada a Frente Brasil Popular, movimento de esquerda que vem mobilizando diversas organizações sociais nos últimos meses e objetiva responder à onda conservadora que ganhou corpo nas redes sociais e na política do país. Segundo nota, o grupo pretende, a partir da elaboração das propostas, realizar ações “contra todas as medidas de política econômica e do ajuste fiscal que retirem direitos dos trabalhadores e que impeçam o desenvolvimento com distribuição de renda”. Igualmente importante para a frente é não aceitar nenhuma tentativa de golpe e retrocesso nas liberdades individuais.
Participam a CUT, sindicatos cutistas e movimentos sociais em Minas Gerais, CTB, MST, Via campesina, MPA, MMC, MAB, MAM, MCP, FUP (Federação Única dos Petroleiros), CONEN, UNE, Levante Popular da Juventude, FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação), Consulta Popular, Marcha Mundial das Mulheres, Rede de Médicas/os Populares, Associação de Juízes pela Democracia, RENAP, SENGE-Rio, Sindicato de Professores, Metalúrgicos do RS, Pastorais Sociais, igrejas, Central de Movimentos Populares-CMP; parlamentares e dirigentes de diversos partidos e correntes partidárias, entre os quais o PT, o PCdoB, o PSB e o PDT. Também participam diversos intelectuais e jornalistas que atuam em diferentes espaços da mídia popular e que compartilham desse esforço.
> Conheça melhor a Frente Brasil Popular
Conferência – A mesa de abertura da conferência teve a participação do presidente nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile, a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, e a presidenta da Central Única dos Trabalhadores de Minas (CUT-MG), Beatriz Cerqueira. Eles saudaram as lideranças políticas, entidades, organizações e parlamentares do PT, PCdoB e PSB presentes, entre eles, o ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, o cientista político Juarez Guimarães e o presidente da Fundação Perseu Abramo, o economista Márcio Pochmann.
Stédile reafirmou a vitória nas eleições de 2014 e a necessidade de construir uma agenda para contrapor a ofensiva da direita. “Nós ganhamos o primeiro tempo deste jogo, em outubro de 2014. Agora, as forças de direita tomaram a ofensiva. Vivemos uma crise econômica e política e a burguesia aponta, como saída, o estado mínimo, cortes nas políticas públicas e o realinhamento com os Estados Unidos. Para nós, a saída é construirmos uma unidade conjuntural nesta conferência. Não queremos uma operação Lava Jato a cada dois anos, por isso, defendemos a reforma política, contra o que mais favorece a corrupção, o financiamento privado de campanha”, afirmou o presidente do MST.
“Nós não aceitamos os ajustes fiscais e medidas de política econômica que tirem direitos dos trabalhadores”, acrescentou Stédile. “Defendemos uma nova política econômica e uma reforma política que comece com o fim do financiamento empresarial das campanhas, em todos os níveis".
Já a presidenta da UNE defendeu que as forças reunidas pela Frente Brasil Popular devem apresentar seu próprio projeto de política econômica. “Vamos propor a saída para a crise. Quem criou a crise é que pague por ela. Não a classe trabalhadora, a população brasileira. O ajuste fiscal é um programa deles (do poder econômico), não nosso. Precisamos sair daqui com uma plataforma para o país”, afirmou Carina Vitral.
Após a mesa de abertura, a conferência dividiu-se em grupos para debater os eixos principais que conformam uma plataforma inicial da frente. Ao lado de questões organizativas e de calendário de lutas, os eixos de debate foram: defesa dos direitos dos trabalhadores e dos direitos sociais; a defesa da democracia e por outra política econômica; a soberania nacional e os processos de integração do continente; além da discussão sobre as reformas estruturais e populares.
A plenária final da Conferência aprovou o 3 de outubro como Dia Nacional de Mobilização e reafirmou que a unidade construída pelos movimentos sociais a partir da reação à ofensiva da direita deve ir além dos desafios da conjuntura e das críticas pontuais à politica econômica.
Logo depois, foi lançado o Manifesto ao Povo Brasileiro. Confira abaixo os principais pontos defendidos.
> clique aqui para ler a íntegra do documento
1.Defesa dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras: lutar por melhorias das condições de vida do povo, o que envolve emprego, renda, moradia, educação, terra, transporte público etc. Criticar e fazer ações de massa contra todas as medidas de política econômica e “ajuste fiscal” que retirem direitos dos trabalhadores e que impeçam o desenvolvimento com distribuição de renda.
2.Defesa dos direitos sociais do povo brasileiro: lutar contra a redução da maioridade penal, contra o extermínio da juventude pobre das periferias, pela ampliação dos direitos sociais que estão ameaçados pela campanha da mídia burguesa e por iniciativas conservadores no congresso.
3.Defesa da democracia: não aceitar nenhuma tentativa de golpe e retrocesso nas liberdades. Para ampliar a democracia e fazer reformas mais profundas, avançar na luta pela reforma política, pela reforma do poder judiciário, dos meios de comunicação de massa e da cultura.
4.Defesa da soberania nacional: o povo é o verdadeiro dono do petróleo, do pré-sal e das riquezas naturais. Impedir a entrega de nosso petróleo às transnacionais. Lutar contra a transferência de bilhões de dólares ao exterior, de forma legal pelas empresas ou ilegal, por contas secretas (vide caso do HSBC).
5.Lutar por reformas estruturais e populares como a reforma política, urbana, agrária, tributária, educacional etc., entre outras propostas detalhadas no documento unitário construído pelos movimentos populares em agosto de 2014.
6.Defesa dos processos de integração latino-americana em curso, como Unasul, Celac, Mercosul e integração popular, que estão sendo atacados pelas forças do capital internacional.
Bruno Vieira, para a RBA, com edição da Redação - 8/9/2015
Na oportunidade, foi lançada a Frente Brasil Popular, movimento de esquerda que vem mobilizando diversas organizações sociais nos últimos meses e objetiva responder à onda conservadora que ganhou corpo nas redes sociais e na política do país. Segundo nota, o grupo pretende, a partir da elaboração das propostas, realizar ações “contra todas as medidas de política econômica e do ajuste fiscal que retirem direitos dos trabalhadores e que impeçam o desenvolvimento com distribuição de renda”. Igualmente importante para a frente é não aceitar nenhuma tentativa de golpe e retrocesso nas liberdades individuais.
Participam a CUT, sindicatos cutistas e movimentos sociais em Minas Gerais, CTB, MST, Via campesina, MPA, MMC, MAB, MAM, MCP, FUP (Federação Única dos Petroleiros), CONEN, UNE, Levante Popular da Juventude, FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação), Consulta Popular, Marcha Mundial das Mulheres, Rede de Médicas/os Populares, Associação de Juízes pela Democracia, RENAP, SENGE-Rio, Sindicato de Professores, Metalúrgicos do RS, Pastorais Sociais, igrejas, Central de Movimentos Populares-CMP; parlamentares e dirigentes de diversos partidos e correntes partidárias, entre os quais o PT, o PCdoB, o PSB e o PDT. Também participam diversos intelectuais e jornalistas que atuam em diferentes espaços da mídia popular e que compartilham desse esforço.
> Conheça melhor a Frente Brasil Popular
Conferência – A mesa de abertura da conferência teve a participação do presidente nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile, a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, e a presidenta da Central Única dos Trabalhadores de Minas (CUT-MG), Beatriz Cerqueira. Eles saudaram as lideranças políticas, entidades, organizações e parlamentares do PT, PCdoB e PSB presentes, entre eles, o ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, o cientista político Juarez Guimarães e o presidente da Fundação Perseu Abramo, o economista Márcio Pochmann.
Stédile reafirmou a vitória nas eleições de 2014 e a necessidade de construir uma agenda para contrapor a ofensiva da direita. “Nós ganhamos o primeiro tempo deste jogo, em outubro de 2014. Agora, as forças de direita tomaram a ofensiva. Vivemos uma crise econômica e política e a burguesia aponta, como saída, o estado mínimo, cortes nas políticas públicas e o realinhamento com os Estados Unidos. Para nós, a saída é construirmos uma unidade conjuntural nesta conferência. Não queremos uma operação Lava Jato a cada dois anos, por isso, defendemos a reforma política, contra o que mais favorece a corrupção, o financiamento privado de campanha”, afirmou o presidente do MST.
“Nós não aceitamos os ajustes fiscais e medidas de política econômica que tirem direitos dos trabalhadores”, acrescentou Stédile. “Defendemos uma nova política econômica e uma reforma política que comece com o fim do financiamento empresarial das campanhas, em todos os níveis".
Já a presidenta da UNE defendeu que as forças reunidas pela Frente Brasil Popular devem apresentar seu próprio projeto de política econômica. “Vamos propor a saída para a crise. Quem criou a crise é que pague por ela. Não a classe trabalhadora, a população brasileira. O ajuste fiscal é um programa deles (do poder econômico), não nosso. Precisamos sair daqui com uma plataforma para o país”, afirmou Carina Vitral.
Após a mesa de abertura, a conferência dividiu-se em grupos para debater os eixos principais que conformam uma plataforma inicial da frente. Ao lado de questões organizativas e de calendário de lutas, os eixos de debate foram: defesa dos direitos dos trabalhadores e dos direitos sociais; a defesa da democracia e por outra política econômica; a soberania nacional e os processos de integração do continente; além da discussão sobre as reformas estruturais e populares.
A plenária final da Conferência aprovou o 3 de outubro como Dia Nacional de Mobilização e reafirmou que a unidade construída pelos movimentos sociais a partir da reação à ofensiva da direita deve ir além dos desafios da conjuntura e das críticas pontuais à politica econômica.
Logo depois, foi lançado o Manifesto ao Povo Brasileiro. Confira abaixo os principais pontos defendidos.
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1.Defesa dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras: lutar por melhorias das condições de vida do povo, o que envolve emprego, renda, moradia, educação, terra, transporte público etc. Criticar e fazer ações de massa contra todas as medidas de política econômica e “ajuste fiscal” que retirem direitos dos trabalhadores e que impeçam o desenvolvimento com distribuição de renda.
2.Defesa dos direitos sociais do povo brasileiro: lutar contra a redução da maioridade penal, contra o extermínio da juventude pobre das periferias, pela ampliação dos direitos sociais que estão ameaçados pela campanha da mídia burguesa e por iniciativas conservadores no congresso.
3.Defesa da democracia: não aceitar nenhuma tentativa de golpe e retrocesso nas liberdades. Para ampliar a democracia e fazer reformas mais profundas, avançar na luta pela reforma política, pela reforma do poder judiciário, dos meios de comunicação de massa e da cultura.
4.Defesa da soberania nacional: o povo é o verdadeiro dono do petróleo, do pré-sal e das riquezas naturais. Impedir a entrega de nosso petróleo às transnacionais. Lutar contra a transferência de bilhões de dólares ao exterior, de forma legal pelas empresas ou ilegal, por contas secretas (vide caso do HSBC).
5.Lutar por reformas estruturais e populares como a reforma política, urbana, agrária, tributária, educacional etc., entre outras propostas detalhadas no documento unitário construído pelos movimentos populares em agosto de 2014.
6.Defesa dos processos de integração latino-americana em curso, como Unasul, Celac, Mercosul e integração popular, que estão sendo atacados pelas forças do capital internacional.
Bruno Vieira, para a RBA, com edição da Redação - 8/9/2015