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Movimentos fortalecem reação à onda conservadora

Linha fina
Sindicatos, movimentos sociais e organizações religiosas propõem união para defender a democracia, os direitos dos trabalhadores, a Petrobras e a soberania nacional
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São Paulo – Movimentos sociais, centrais sindicais e integrantes de partidos progressistas lançam neste sábado 5, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, a Frente Brasil Popular. O evento terá atividades ao longo de todo o dia e espera consolidar uma frente de esquerda que vem mobilizando diversas organizações sociais nos últimos meses. E pretende ser uma resposta à onda conservadora que ganhou corpo nas redes sociais e na política do país.

“Reafirmamos a necessidade de derrotar a ofensiva das forças conservadoras, e propor outra política econômica, para caminhar em direção à transformações estruturais”, defendem as entidades, que defendem reformas política, tributária, do Poder Judiciário e dos meios de comunicação.

O encontro será uma conferência onde será estabelecida uma pauta mínima e consensual dos movimentos que compõem a frente. O documento vai ser construído com base em seis pontos: defesa dos direitos dos trabalhadores, defesa dos direitos sociais, da democracia, da soberania nacional, dos processos de integração latino-americana – como a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e o Mercosul – e luta por reformas estruturais.

“Está claro que as organizações e movimentos sociais sozinhos já não conseguem mais pressionar com a mesma força por suas demandas e as demandas do povo. Por isso, a iniciativa de construir uma frente foi justamente pensando na capacidade de articular consensos, definir pautas convergentes e fortalecer as lutas nas ruas”, avalia Beatriz Cerqueira, presidenta do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) e dirigente da CUT no estado.

O grupo pretende, a partir da elaboração das propostas, realizar ações “contra todas as medidas de política econômica e do ajuste fiscal que retirem direitos dos trabalhadores e que impeçam o desenvolvimento com distribuição de renda”. E também não aceitar nenhuma tentativa de golpe e retrocesso nas liberdades individuais.

“A ofensiva das forças conservadoras assume diversas formas, entre elas a tentativa de derrubar, sabotar e também impor ao governo o programa dos que foram derrotados nas eleições presidenciais de 2014, seja com um programa de ajuste que gera desemprego e recessão, seja com uma 'agenda Brasil', que destrói os direitos inscritos na Constituição de 1988, ou no exemplo da lei supostamente antiterrorismo cujo alvo real é a mobilização social”, defende a frente.

Outro objetivo do grupo é impedir a mudança no sistema de exploração do pré-sal e de qualquer medida que ponha em risco a Petrobras. “O povo é o verdadeiro dono do petróleo, do pré-sal e das riquezas naturais. Vamos impedir a entrega de nosso petróleo às transnacionais”. Os movimentos esperam reunir dois mil representantes neste final de semana.

Orlando Guilhon, secretário de Organização do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) avaliou que o momento exige a união dos movimentos sociais. "A conjuntura está nos colocando uma série de demandas e tarefas urgentes, como a luta contra o fim da partilha do pré-sal, financiamento empresarial de campanha e uma pseudo reforma política sem nenhuma participação social, redução da maioridade penal, ajuste fiscal e outras. Por isso, mais do que nunca, precisamos aprofundar a transversalização das nossas lutas".

Embora ainda não tenha um calendário de ações definido, a primeira mobilização da frente deve ser realizada no início de outubro, quando a Petrobras completa 62 anos, contra a proposta do senador José Serra (PSDB/SP) de alterar a lei que rege o pré-sal.

Entre outras entidades, compõem a frente as centrais CUT e CTB, o MST, a Via campesina, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Federação Única dos Petroleiros (FUP), União Nacional dos Estudantes (UNE), Levante Popular da Juventude, Consulta Popular, Marcha Mundial das Mulheres, Associação de Juízes pela Democracia, Pastorais Sociais, Central de Movimentos Populares (CMP) e dirigentes de diversos partidos.


Rede Brasil Atual - 4/9/2015
 
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